Mostrando 42 resultados

Registro de autoridade
Pessoa

Edgard do Amaral Graner

  • Pessoa
  • Data de nascimento: 30 jul. 1909
Natural de Piracicaba, nasceu em 30 de julho de 1909. Casado com Ruth Mendes Graner, tendo dois filhos: Murilo e Eliane. Professor e engenheiro agrônomo, filho de João Graner e Maria Angélica do Amaral Gurgel Graner. Formou-se pela ESALQ em 1933, sendo seu professor desde 1936. Tornou-se livre-docente em 1937. Após concurso, assumiu em 1951 a cátedra de Agricultura Especial e Genética Aplicada (4ª Cadeira), cuja denominação passou a ser Agricultura e posteriormente (1970) originou o Departamento de Agricultura e Horticultura. Fez parte da Sociedade Paulista de Agronomia e foi “Fellow” da “John Simon Guggenheim Memorial Foundation” dos EUA. Autor de renome de mais de uma centena de trabalhos científicos, publicou os livros “Elementos de genética”, “Como aprender estatística” e “Culturas da fazenda brasileira”. Filho de família numerosa, Edgar do Amaral Graner teve onze irmãos: Alda, Ana, João Jr., Elora, Hermínia, Maria, Mariana, Nestor, Olga, Oscar e Zélia Graner.

Ademar Freire Maia

  • Pessoa
  • Data de nascimento: 14 fev. 1932

André Dreyfus

  • Pessoa
  • (1897-1952)
Nascido em 1897, em Pelotas (RS), Dreyfus formou-se na Faculdade de Medicina (c. 1919) da Universidade do Brasil, atualmente denominada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fundou, em 1919, um curso particular de Histologia e Embriologia. Em 1922, já incluía aulas sobre Genética e Evolução nos seus cursos, sendo pioneiro nesses estudos em nosso país. Em 1927, foi para São Paulo onde integrou o corpo docente da USP, como assistente das matérias de Histologia e Embriologia na Faculdade de Medicina. Lá lecionou nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), Medicina, Farmácia e Odontologia; e nas Escolas de Sociologia e Política e Paulista de Medicina.
Quando foi criado o regime de tempo integral, fixou-se no Departamento de Biologia Geral da FFCL; depois do seu concurso para professor catedrático e da obtenção do regime de tempo integral, manteve sempre estreitos vínculos científicos e sociais com todos os laboratórios para cuja formação contribuiu. Foi diretor da FFCL por um período de quatro anos.
Um ponto marcante para o desenvolvimento de Genética no Brasil foi a descoberta de Dreyfus pelo dr. Harry M. Miller Jr., da Fundação Rockefeller. A admiração por Dreyfus e a confiança nele depositada levou a Fundação Rockefeller a trazer para o seu laboratório, na FFCL, o professor Theodosius Dobzhansky, um dos maiores geneticistas e pensadores da Biologia, assim como a financiar a compra de equipamentos e a pesquisa do laboratório. Dreyfus, Dobzhansky, seus amigos e colegas Brieger, em Piracicaba, Krug no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o dr. Harry M. Miller Jr. foram os primeiros responsáveis pelo desenvolvimento da Genética moderna no Brasil.
Nos últimos anos de sua vida foi atormentado por problemas de saúde relacionados com pressão alta. Apesar da saúde delicada, continuou imprudentemente ativo. Dias antes de falecer, escreveu volumoso trabalho de crítica a uma danosa reforma do ensino que estava sendo projetada. Horas antes de morrer, ainda terminou a elaboração de um trabalho mostrando que a ideia de superioridade racial é geneticamente absurda. Dreyfus faleceu aos 54 anos, em São Paulo no dia 16 de fevereiro de 1952.

Antônio Geraldo Lagden Cavalcanti

  • Pessoa
  • [1916-1990]
Cavalcanti foi médico, educador, cientista e fundador do Centro de Pesquisas Genéticas (CPGEn). Em 1933, ele entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, graduando-se cinco anos depois. Apesar de ter se graduado em medicina, ao que tudo indica, ele não exerceu esta profissão. Os interesses de Cavalcanti estiveram mais ligados à história natural e ao ensino desta disciplina. Em 1941 foi contratado como professor de História Natural no antigo Colégio Universitário. Já em 1943, Cavalcanti foi nomeado catedrático interino de Biologia Geral na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil. No mesmo ano, um grupo liderado por André Dreyfus e Theodosius Dobzhansky, este último um influente e consagrado biólogo russo naturalizado americano, começou a fazer pesquisas em genética evolutiva no Brasil, na USP. E Cavalcanti foi chamado para compor este grupo em 1948 por Dobzhansky e Dreyfus a fazer pesquisas com a variabilidade genética de duas espécies de drosófilas, juntamente com Crodowaldo Pavan, Chana Malogolowkin e o próprio Dobzhansky. No entanto, Cavalcanti já trabalhava com genética de populações de drosófilas no Rio de Janeiro desde 1944. Através do contato com a escola de genética moderna “Dreyfus-Dobzhansky”, Cavalcanti teve a oportunidade de trabalhar no laboratório chefiado por Dobzhansky na Universidade de Columbia (NY, EUA), financiado pela Fundação Rockefeller. Em 1949, Cavalcanti levou ao Rio os destacados Dreyfus e Dobzhansky para dar duas conferências na FNFi: “Teorias modernas da evolução” por Dreyfus e “Genética e problemas humanos” por Dobzhansky. Em 1950, Cavalcanti participou de um concurso para catedrático efetivo do departamento de biologia geral da FNFi e é aprovado; pouco depois também consegue trabalhar em tempo integral na FNFi. Em 1950, Cavalcanti funda o CPGen dentro da FNFi, contando já com os seguintes membros: A.G.L Cavalcanti, Oswaldo Frota-Pessoa e Chana Malogolowkin. Em agosto de 1952 Cavalcanti vai para os EUA novamente, para trabalhar no laboratório de Dobzhansky em Nova Iorque, desta vez patrocinado pelo CNPq. Em 1953, Cavalcanti vai para a Itália representando o CPGen e a FNFi no IX Congresso Internacional de Genética, em Bellagio. Em 1964 Cavalcanti volta aos EUA, desta vez para trabalhar como pesquisador associado de James Neel, na sua clínica de hereditariedade em Michigan. Depois ele foi para a Universidade de Cornell, onde ficou trabalhando com citogenética humana no setor de pediatria do hospital universitário. Após a Reforma Universitária implementada em 1968, Cavalcanti é nomeado diretor pro tempore do nascente Instituto de Biologia da UFRJ. Ademais, ele foi professor convidado nos cursos de pós-graduação do American College of Physicians e da Universidade do Texas; Pesquisador Associado na Universidade Cornell e assessor da Divisão Psicossocial do Colégio Interamericano de Defesa (CID), em Washington D.C.; e participou como um dos representantes brasileiros nos congressos internacionais de genética realizados em Estocolmo, Ottawa e Tóquio.

Antonio Quelce Salgado

  • Pessoa
  • (1932-)
Salgado foi um professor e geneticista brasileiro. Em meados da década de 1950, ele iniciou sua carreira acadêmica como estagiário no Laboratório de Genética Humana (LGH) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob supervisão de Newton Freire-Maia. Trabalhou até o início da década de 1960 no LGH, realizando trabalho de campo coletando dados para a pesquisa sobre consanguinidade na população brasileira. Em 1962 foi contratado como professor na Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), em Marília, que futuramente veio a compor a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".
Em meados de 1960, em Marília Quelce sofreu com perseguições políticas assim como o, também professor, Ubaldo Puppi. Ambos foram denunciados por darem cursos sobre a conjuntura político-econômica do Brasil; por defenderem a reforma agrária e por participarem de um programa de alfabetização (Método Paulo Freire). Os dois professores acabaram presos. A repressão se estendeu ao longo daquela década. Já em 1983, no campus situado na cidade de Assis, Salgado era um dos candidatos a novo diretor sendo escolhido através de consulta à comunidade e vencendo por ampla maioria nos três segmentos. Entretanto, contrariando o resultado da consulta, o reitor Armando Octávio Ramos não o nomeou. A reação da comunidade foi uma greve, que durou 64 dias. Entre 1984-1986, ele ocupou o cargo de presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp). Anos depois, foi residente do Conselho Estadual do Idoso (SP, c. 2003).

Antônio Rodrigues Cordeiro

  • Pessoa
  • (1923-)
Antônio Rodrigues Cordeiro, nascido em 1923 em Bagé (RS), ingressou em 1945 no Curso de História Natural da Universidade de Porto Alegre, depois, UFRGS. Tornou-se Auxiliar de Laboratório de Botânica, do conhecido Prof. Dr. Alarich R. Schultz. Recebeu também, forte influência do Dr. José Grossman, geneticista e melhorista vegetal russo-brasileiro e do Dr. Karl Hogetop, fisiologista vegetal, alemão-brasileiro. Passou depois à citogenética de orthopteros, estimulado pelo Dr. Francisco A. Saez, em visita de estudos a Argentina. Recém-formado, Bacharel e licenciado em História Natural, 1947, foi nomeado Assistente da Cátedra de Biologia, dedicando-se ao ensino teórico e prático de Citologia, Histologia, Embriologia, Genética e Evolução. Como decorrência de uma visita à USP e sua correspondência com o Prof. Crodowaldo Pavan, iniciou coletas intensivas de Drosophila. Daí resultou o convite para o estágio de trabalhos, e estudos no curso sobre Genética e Evolução lecionado pelo Prof. Theodosius Dobzhansky na USP (1948-1949), com bolsa da Fundação Rockefeller. São frutos desse período, artigos científicos no Genetics e Evolution etc. mas, principalmente, a escolha do tema da tese de doutoramento. Na volta a Porto Alegre (1949), fundou o Laboratório de Genética da UFRGS com a colaboração de um estudante, o posteriormente renomado Prof. Francisco Salzano e dois colegas de colégio, o químico Prof. Flavio Lewgoy e o biofísico Prof. Casemiro V. Tondo que possibilitaram a introdução pioneira no Brasil de metodologias moleculares na genética das populações. A tese de doutoramento, ARC a desenvolveu na Columbia University, N.Y.C. (1951-1952) como bolsista da Rockefeller Foundation: “Efeitos dos genes letais ‘recessivos’ em estado heterozigoto em Drosophila willistoni de populações naturais”.
No início da década de 1960 ARC fez concurso de Livre-Docência com tese sobre “Raças e espécies do grupo Willistoni caracterizadas por cromatografia bidimensional de pteridinas” recebendo outro grau de doutor; só então foi promovido a Professor Adjunto. Convidado, participou do planejamento da Universidade de Brasília (1962). No período de 1963 a 1965, ARC foi Prof. Titular, por exame de Curriculum Vitae, Coordenador do Instituto Central de Biologia; substituto, temporário do Prof. Roberto Salmerón, como Coordenador Geral dos Institutos Centrais. Com a intervenção ditatorial de 1965 na UnB, voltaram os gaúchos para a UFRGS. A convite do Prof. Walter Plaut, ARC, H.Winge e Nena B. Morales fizeram pesquisas na Universidade de Wisconsin, Madison (1967-1969) sobre padrões de síntese de DNA e RNA em cromossomos politênicos de híbridos interespecíficos de Drosophila. Em 1981 ARC aposentou-se e recebeu o título de Prof. Emérito e foi contratado como Prof. Visitante na UFRJ (1982). Foi chamado a cooperar na organização da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e em 1995 mudou-se para Campos, tornando-se o Chefe do Laboratório de Biotecnologia.

Leônidas Helmuth Baebler Hegenberg

  • LH
  • Pessoa
  • 1925-2012
Leônidas Helmuth Baebler Hegenberg licenciou-se em Matemática e Física pela Universidade Mackenzie (1947-1950) e em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1955-1958). Estudou como aluno regular na Universidade da Califórnia, Berkeley, E.U.A. (1960-1962). Prestou concurso e foi admitido no ITA. em 1950, onde passou a lecionar no departamento de Matemática, e, de 1960 em diante, no departamento de Humanidades. Foi professor titular desse Instituto.
Leônidas Hegenberg foi responsável pelo setor de Lógica, no programa de pós-graduação da Universidade Católica de São Paulo (1970-1975) e esteve associado à FFCL de Assis (1963-1964), à FFCL de Presidente Prudente(1964), à Escola de Engenharia de Guaratinguetá (1969-1972), ao setor de pós-graduação do Instituto de Pesquisas Espaciais (1971-1973), e à Escola de Comunicação e Artes da USP (1974), além de ministrar cursos em várias capitais brasileiras.
O Professor Leônidas Hegenberg exerceu ainda cargos administrativos no ITA e tornou-se membro de diversas sociedades científicas, como por exemplo, o Instituto Brasileiro de Filosofia, Philosophy of Science Administration, The British for the Philosophy of Science, Sociedade Paranaense de Matemática, Association for Symbolic Logic, entre outras.

Andrea Maria Altino de Campos Loparic

  • Pessoa
  • 1941-2021
Andrea Maria Altino de Campos Loparic (1941-2021) foi professora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Fez seu doutorado na Unicamp (1988), onde também atuou como membro do CLE e professora.

Newton Freire-Maia

  • NFM
  • Pessoa
  • 1918-2003
Newton Freire-Maia foi geneticista, pesquisador e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nasceu na cidade de Boa Esperança (MG), em 29 de Junho de 1918, filho de Belini Augusto Maia e de Maria Castorina Freire Maia. Em 1945, graduou-se em Odontologia pela Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA). Em 1947, graduou-se pela segunda vez, em Biologia na Universidade de São Paulo (USP), onde trabalhou com André Dreyfus, Crodowaldo Pavan, Rosina de Barros e Antonio Brito da Cunha. Casou-se com Flávia Leite Neves, em 1948. Entre 1946 e 1951 lecionou na USP, onde dedicou-se principalmente ao estudo da genética em moscas Drosophila melanogaster. A partir de 1951, a convite de Homero Braga, passou a atuar na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde foi professor titular até 1979. No mesmo ano do ingresso, criou o Laboratório de Genética, embrião do Departamento de Genética, instituído em 1971. Entre 1956 e 1957 fez aperfeiçoamento no Departamento de Genética Humana da Escola de Medicina da Universidade de Michigan (Ann Arbor, Estados Unidos), com bolsa da Fundação Rockefeller. Este estágio marcou a mudança dos objetos de estudo de Freire-Maia e sua equipe, deixando de lado as Drosophilas e dedicando-se a partir de então à Genética Humana. O então Laboratório de Genética da UFPR transformou-se em Laboratório de Genética Humana (LGH), em 1958, e a equipe do Professor Newton, pioneira na área de Genética Humana e Médica no Brasil, passou a pesquisar sobre: os efeitos genéticos de casamentos consanguíneos na morbidade e/ou mortalidade precoces; os efeitos genéticos das radiações ionizantes; malformações dos membros e displasias ectodérmicas. Nesta época, Newton Freire-Maia foi pioneiro também na implantação do “Serviço de Informação sobre Hereditariedade Humana” na UFPR, que oferecia aconselhamento genético de forma gratuita à população. Em 1960 concluiu o doutorado em Biofísica pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), com a tese “Alguns aspectos do problema dos casamentos consanguíneos no Brasil”, sob a orientação do professor Antônio Geraldo Lagden Cavalcanti. Em 1970 foi para Genebra (Suíça), onde trabalhou durante um ano como cientista da Unidade de Genética Humana da Organização Mundial de Saúde (OMS). Casou-se pela segunda vez em 1974 com a professora e cientista Eleidi Alice Chautard com quem viveu até a sua morte. Newton Freire-Maia foi sócio fundador da Sociedade Brasileira de Genética (SBG), em 1955, sendo seu presidente na gestão 1960-1962. Foi representante do Brasil na OSM e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Foi do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sendo, em 1975, eleito vice-presidente, tendo também recebido o título de presidente de honra desta sociedade. Depois da aposentadoria, Newton continuou suas atividades científicas, tanto no Brasil como no exterior. Em 1982, fundou com a Dra. Marta Pinheiro Centro de Estudos de Displasias Ectodérmicas (CEDE) do Departamento de Genética da UFPR, tendo descrito 23 displasias ectodérmicas novas, publicando inúmeros artigos científicos e quatro livros, o que levou o centro a tornar-se referência internacional sobre o assunto. Escreveu, ao longo de sua vida, cerca de 500 trabalhos científicos, entre artigos, livros, capítulos e resumos. Após sua conversão ao catolicismo, no início da década de 1980, dedicou-se também ao estudo das relações entre ciência e religião. Sua dedicação à Ciência lhe valeu inúmeros prêmios, títulos e homenagens, tanto nacionais quanto internacionais. Em 2002 foi admitido como Comendador na Ordem Nacional do Mérito Científico. No mesmo ano, o governador do Paraná criou um parque temático dedicado a ele, o Parque da Ciência Newton Freire Maia em Curitiba. Teve papel importante na formação de Henrique Krieger (USP), Ademar Freire Maia (UNESP), Bento Arce-Gomez, Lodércio Culpi Eleidi Chautard Freire Maia e Marta Pinheiro (UFPR), expoentes da Área de Genética Humana e Médica no Brasil. Teve quatro filhos, todos do primeiro casamento: Regina Flávia Naves Freire Maia, Fátima Naves Freire Maia, Newton Freire Maia Filho e Marco Domiciano Naves Freire Maia. O Professor Doutor Newton Freire-Maia faleceu no dia 10 de maio de 2003, em Curitiba, aos 84 anos de idade.

César Lattes

  • CL
  • Pessoa
  • 1924-2005
Cesare Mansueto Giulio Lattes nasceu em Curitiba, em 11 de julho de 1924. Em 1943 recebeu os diplomas de bacharel em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da USP. Foi lá que iniciou sua carreira científica, no então Departamento de Física, ao publicar um trabalho científico sobre a abundância de núcleos no Universo, em parceria com Gleb Wataghin. Cesar Lattes tornou-se mundialmente conhecido em 1947, quando descobriu a partícula méson-pi em colaboração com Giuseppe Occhialini e Cecil Powell. Na época, Lattes trabalhava no laboratório H.H. Wills da Universidade de Bristol, dirigido por Powell, onde melhorou a técnica de emulsão nuclear em chapas fotográficas desenvolvida pelo próprio Powell. Depois viajou para o Monte Chacaltaya, Bolívia, a 5200m de altura, onde expôs as chapas fotográficas aos raios cósmicos e descobriu o méson-pi, cuja existência foi prevista teoricamente em 1935, por Hideki Yukawa. Estes resultados foram publicados na revista Nature, em 24 de maio de 1947, sob o título "Processes involving charged mesons". Nessa época Lattes tinha apenas 22 anos. No ano seguinte fez outra importante contribuição à Ciência. Em colaboração com Eugene Gardner, Lattes obteve artificialmente a partícula méson-pi no recém-construído sincro-cíclotron da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Lattes quase foi contemplado com o Prêmio Nobel de Física. Retornando ao Brasil em 1949, teve importante papel na catalisação dos esforços que levaram finalmente à criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) - atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - em 1951.Diretor Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas desde a fundação, em 1949, e principal consultor científico nos primeiros anos do Laboratório de Chacaltaya, cria, na USP em 1957, um laboratório para estudos de interações a altas energias na radiação cósmica. A partir de 1962, lidera a reunião de grupos brasileiros e japoneses num projeto de longo alcance sobre interações a altas energias na radiação cósmica.
Em 1967, Lattes assume o cargo de professor titular no recém-fundado Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, tornando-se o primeiro diretor do Departamento de Raios Cósmicos, Cronologia, Altas Energias e Léptons. Em 1969, ele e seu grupo descobriram a massa das denominadas bolas de fogo (fireball). Em 1986, aposentou-se da Unicamp, recebendo, no mesmo ano, o título de Doutor Honoris Causa e de Professor Emérito da universidade. Cesar Lattes faleceu em Campinas, no dia 8 de março de 2005.
Exibindo 31-42 de 42 resultados