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Registro de autoridad
Rio de Janeiro Universidade de São Paulo (USP)

André Dreyfus

  • Persona
  • (1897-1952)
Nascido em 1897, em Pelotas (RS), Dreyfus formou-se na Faculdade de Medicina (c. 1919) da Universidade do Brasil, atualmente denominada Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fundou, em 1919, um curso particular de Histologia e Embriologia. Em 1922, já incluía aulas sobre Genética e Evolução nos seus cursos, sendo pioneiro nesses estudos em nosso país. Em 1927, foi para São Paulo onde integrou o corpo docente da USP, como assistente das matérias de Histologia e Embriologia na Faculdade de Medicina. Lá lecionou nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), Medicina, Farmácia e Odontologia; e nas Escolas de Sociologia e Política e Paulista de Medicina.
Quando foi criado o regime de tempo integral, fixou-se no Departamento de Biologia Geral da FFCL; depois do seu concurso para professor catedrático e da obtenção do regime de tempo integral, manteve sempre estreitos vínculos científicos e sociais com todos os laboratórios para cuja formação contribuiu. Foi diretor da FFCL por um período de quatro anos.
Um ponto marcante para o desenvolvimento de Genética no Brasil foi a descoberta de Dreyfus pelo dr. Harry M. Miller Jr., da Fundação Rockefeller. A admiração por Dreyfus e a confiança nele depositada levou a Fundação Rockefeller a trazer para o seu laboratório, na FFCL, o professor Theodosius Dobzhansky, um dos maiores geneticistas e pensadores da Biologia, assim como a financiar a compra de equipamentos e a pesquisa do laboratório. Dreyfus, Dobzhansky, seus amigos e colegas Brieger, em Piracicaba, Krug no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o dr. Harry M. Miller Jr. foram os primeiros responsáveis pelo desenvolvimento da Genética moderna no Brasil.
Nos últimos anos de sua vida foi atormentado por problemas de saúde relacionados com pressão alta. Apesar da saúde delicada, continuou imprudentemente ativo. Dias antes de falecer, escreveu volumoso trabalho de crítica a uma danosa reforma do ensino que estava sendo projetada. Horas antes de morrer, ainda terminou a elaboração de um trabalho mostrando que a ideia de superioridade racial é geneticamente absurda. Dreyfus faleceu aos 54 anos, em São Paulo no dia 16 de fevereiro de 1952.

Antônio Geraldo Lagden Cavalcanti

  • Persona
  • [1916-1990]
Cavalcanti foi médico, educador, cientista e fundador do Centro de Pesquisas Genéticas (CPGEn). Em 1933, ele entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, graduando-se cinco anos depois. Apesar de ter se graduado em medicina, ao que tudo indica, ele não exerceu esta profissão. Os interesses de Cavalcanti estiveram mais ligados à história natural e ao ensino desta disciplina. Em 1941 foi contratado como professor de História Natural no antigo Colégio Universitário. Já em 1943, Cavalcanti foi nomeado catedrático interino de Biologia Geral na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil. No mesmo ano, um grupo liderado por André Dreyfus e Theodosius Dobzhansky, este último um influente e consagrado biólogo russo naturalizado americano, começou a fazer pesquisas em genética evolutiva no Brasil, na USP. E Cavalcanti foi chamado para compor este grupo em 1948 por Dobzhansky e Dreyfus a fazer pesquisas com a variabilidade genética de duas espécies de drosófilas, juntamente com Crodowaldo Pavan, Chana Malogolowkin e o próprio Dobzhansky. No entanto, Cavalcanti já trabalhava com genética de populações de drosófilas no Rio de Janeiro desde 1944. Através do contato com a escola de genética moderna “Dreyfus-Dobzhansky”, Cavalcanti teve a oportunidade de trabalhar no laboratório chefiado por Dobzhansky na Universidade de Columbia (NY, EUA), financiado pela Fundação Rockefeller. Em 1949, Cavalcanti levou ao Rio os destacados Dreyfus e Dobzhansky para dar duas conferências na FNFi: “Teorias modernas da evolução” por Dreyfus e “Genética e problemas humanos” por Dobzhansky. Em 1950, Cavalcanti participou de um concurso para catedrático efetivo do departamento de biologia geral da FNFi e é aprovado; pouco depois também consegue trabalhar em tempo integral na FNFi. Em 1950, Cavalcanti funda o CPGen dentro da FNFi, contando já com os seguintes membros: A.G.L Cavalcanti, Oswaldo Frota-Pessoa e Chana Malogolowkin. Em agosto de 1952 Cavalcanti vai para os EUA novamente, para trabalhar no laboratório de Dobzhansky em Nova Iorque, desta vez patrocinado pelo CNPq. Em 1953, Cavalcanti vai para a Itália representando o CPGen e a FNFi no IX Congresso Internacional de Genética, em Bellagio. Em 1964 Cavalcanti volta aos EUA, desta vez para trabalhar como pesquisador associado de James Neel, na sua clínica de hereditariedade em Michigan. Depois ele foi para a Universidade de Cornell, onde ficou trabalhando com citogenética humana no setor de pediatria do hospital universitário. Após a Reforma Universitária implementada em 1968, Cavalcanti é nomeado diretor pro tempore do nascente Instituto de Biologia da UFRJ. Ademais, ele foi professor convidado nos cursos de pós-graduação do American College of Physicians e da Universidade do Texas; Pesquisador Associado na Universidade Cornell e assessor da Divisão Psicossocial do Colégio Interamericano de Defesa (CID), em Washington D.C.; e participou como um dos representantes brasileiros nos congressos internacionais de genética realizados em Estocolmo, Ottawa e Tóquio.