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Registro de autoridad

Allyrio Hugueney de Mattos

  • AHM
  • Persona
  • 1889-1975
Allyrio Hugueney de Mattos nasceu em Cuiabá, Mato Groso e formou-se engenheiro em 1913. Concluído o curso foi nomeado Preparador da cadeira de Topografia, em 1915, tendo prestado concurso para Livre Docente da cadeira de Topografia e Legislação de Terras, em 1925. Em 1930, foi nomeado Professor Catedrático para a Cátedra de Astronomia e Geodésia na Escola Politécnica. Em 1938 foi chamado para preparar um grupo de Engenheiros do então Conselho Nacional de Geografia (hoje Instituto Brasileiro de Geografia), a fim de determinar as coordenadas geográficas dos Municípios do Brasil. Com este trabalho, muitos municípios tiveram suas coordenadas fixadas, com a eliminação, em muitos casos, de erros enormes nos mapas. O que destacou o professor Allyrio no conjunto da engenharia nacional foi sua atuação modernizadora no que diz respeito à Cartografia, nome genérico que hoje abrange todos os tipos de levantamento e determinações de posições absolutas ou relativas de porções da superfície da terra. Como astrônomo, é o único brasileiro a observar três eclipses totais do Sol visíveis no Brasil (em 1919, 1945 e 1969). Por ocasião do eclipse em Bocaiúva (1945), recebeu o Diploma de Comendador da Ordem da Rosa Branca da Finlândia. Foi Membro Titular da Academia de Ciências e Sócio Benemérito Fundador da Sociedade Brasileira de Cartografia. Recebeu, em 1967, pelos seus méritos, o Prêmio Ricardo Franco. Na década de vinte, seu interesse pela recente descoberta da radiotelefonia levou-o, juntamente com Roquete Pinto e outros entusiastas, a fundar a Radio Sociedade do Rio de Janeiro. O Professor Allyrio Hugueney de Mattos faleceu em 7 de janeiro de 1975, no Rio de Janeiro.

Ayda Ignez Arruda

  • AIA
  • Persona
  • 1936-06-27 1983-10-13
Ayda Ignez Arruda nasceu em Lajes, Santa Catarina, no dia 27 de junho de 1936, filha de Lourenço Waltrick Arruda e Izabel Pereira do Amarante. Bacharelou-se em matemática em 1958 e concluiu a sua licenciatura em 1959, ambas na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Paraná.
Iniciou a sua carreira acadêmica como professora contratada para a cadeira de Análise Matemática e Superior da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná, em 1960.
Em 1966, na Universidade Federal do Paraná, obteve o título de doutora e livre-docente com a tese Considerações sobre os Sistemas Formais NFn, produzida sob a orientação do professor Newton C.A. da Costa.
Em 1968 foi contratada como professora titular na área de Lógica e Fundamentos da Matemática no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação da Unicamp, dando início ao Grupo de Lógica de Campinas, com os seguintes professores: Newton C.A. da Costa, Andréa Loparic, Antonio M. Sette, Elias H. Alves, Itala M. L. D'Ottaviano, Luiz Paulo de Alcântara, Luis Henrique L. dos Santos, Oswaldo Porchat Pereira e Roberto Cignoli.
Durante a visita de Alfred Tarski, renomado matemático polonês, feita à Unicamp, em 1975, a professora Ayda I. Arruda, organizou o Simpósio de Lógica Matemática, de 3 a 5 de março, no IMECC. Este evento abriu as portas do IMECC para que, em 1976, ocorresse o III Simpósio Latino-Americano de Lógica Matemática, também organizado por Ayda.
Foi chefe do Departamento de Matemática do IMECC, de julho de 1979 a abril de 1980, e assumiu a direção do instituto em 16 de abril de 1980 permanecendo no cargo até seu prematuro falecimento em 13 de outubro de 1983, com 47 anos.
Por quase vinte anos estudou e criou sistemas não-clássicos de lógicas paraconsistentes, publicando vários trabalhos científicos. Foi a primeira colaboradora do professor Newton C.A. da Costa, com quem trabalhou durante muitos anos e publicou diversos artigos em periódicos internacionais.
Durante a sua vida, teve contatos importantes com lógicos e matemáticos brasileiros e do exterior. Dentre eles destacamos os professores: Mário Tourasse Teixeira da Faculdade de Filosofia de Rio Claro, São Paulo; Marcel Guillaume, da Université de Clermont-Ferrand da França; Antonio Monteiro, da Universidade de Bahía Blanca, Argentina; e, Andrés Raggio, da Universidade de Córdoba, Argentina.
Foi professora visitante e conferencista em diversas universidades nacionais e estrangeiras, dentre as quais citamos: Université Claude-Bernard, na França; Uniwersytet Mikolaja Kopernika, em Torún, Polônia; Pontificia Universidad Católica de Chile; Universiteit Gent, na Bélgica; etc.
Orientou vários alunos de mestrado; foi membro de bancas organizadoras; participou de várias bancas julgadoras de doutorado, incluindo as dos professores Antonio Mário Antunes Sette, Ítala Maria Loffredo D'Ottaviano e Elias Humberto Alves; foi membro fundador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp e da Sociedade Brasileira de Lógica, da qual foi vice-presidente e presidente.
Nos últimos anos de sua vida, interessou-se e analisou exaustivamente os artigos publicados por Vasil'év, em particular por suas relações com a lógica paraconsistente. Ayda I. Arruda foi a primeira pesquisadora a formalizar as idéias de Vasil'év, obtendo, como resultado as lógicas paraconsistentes.
Como homenagem póstuma à professora Ayda, a Unicamp, em 1985, organizou o VII Simpósio Latino-Americano de Lógica Matemática, dedicado à sua memória. E, em 1990, foi publicado o livro N.A. Vasiliev e a Lógica Paraconsistente (vol. 7 - Coleção CLE), organizado pela professora Ítala Maria Loffredo D'Ottaviano.

Andrea Maria Altino de Campos Loparic

  • AMACL
  • Persona
  • 1941-2021
Andrea Maria Altino de Campos Loparic nasceu em Recife, Pernambuco, Brasil, em 13 de março de 1941, filha de Sylvio Tavares Cordeiro Campos, médico e professor universitário e Edinar Altino Campos, cantora e diretora do setor de Pernambuco da Juventude Musical Brasileira. Andrea realizou os estudos básicos em Recife. No primeiro ano do colegial, sua turma foi extinta por ter realizado uma greve, o que a levou a se transferir para o Instituto Mackenzie, em São Paulo, onde completou parte do colegial. Entretanto, por dificuldades econômicas e familiares, retornou ao Recife, onde formou-se no Colégio Vera Cruz.
Andrea cursou o primeiro ano do preparatório para a Faculdade de Medicina, o qual abandonou. Em 1961, bacharelou-se em Filosofia pela Universidade do Recife, atual Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). Desde o fim do secundário, Andrea envolveu-se com movimentos ligados à juventude católica, mas foi na universidade que compôs ativamente movimentos sociais e estudantis. Foi militante e membro da Direção Regional do Nordeste da Juventude Universitária Católica (JUC) e participou da fundação do movimento Ação Popular (1962). Ainda, teve a oportunidade de integrar o Movimento de Cultural Popular, crescente em Recife, onde fez teatro com nomes como Hermilo Borba Filho e Ariano Suassuna. Andrea também frequentou, na mesma época, reuniões do Partido Socialista que era liderado por Barbosa Lima Sobrinho. Mais tarde atuou nas campanhas para eleição de Miguel Arraes em Pernambuco. Nos anos 80, compôs o Movimento Democrático Brasileiro(MDB), acompanhou as atividades do Partido Socialista Brasileiro (PSB), além de movimentos pela Anistia.
Iniciou sua carreira acadêmica em 1962 como instrutora da cadeira de Ética, na Faculdade de Filosofia de Recife, Universidade do Recife. No mesmo ano, conseguiu uma bolsa de estudos na Universite Catholique de Louvain (UCL), na Bélgica, onde frequentou cursos no Institut Supériur de Philosophie e graduou-se em Bachelier En Philosophie. Ainda, obteve o título de Licencié En Philosophie, título equivalente ao mestrado, em 1965 com um trabalho sobre Merleau Ponty e a noção de sentido em história, que recebeu menção de “grande distinção”. Também possui o Certificat de Premier Doctorat en Philosophie, como uma qualificação para o doutorado, todos pela UCL.
Em 1963, na vila de Louvain, na Belgica, casou-se com Zeljko Loparic, filho de Olga Loparic, iugusláva, e Nikola Loparic, croata. Entre 1964 e 1968 foi bolsista do Comité Catholique contre la Faim et pour le Developpment. Em 16 de janeiro de 1966, nasceu seu primeiro filho, Marko Loparic. No mesmo ano, devido a dificuldades econômicas e problemas familiares, retornou ao Brasil temporariamente por quatro meses.
Em 1967, mudou-se para Alemanha, onde seu marido participava de algumas atividades acadêmicas. Em Heidelberg, cursou o Philosophisches Seminar pela Universitat Heidelberg até 1968, onde teve aulas com Ernst Tugendhat e Dieter Henrich. Nesse período, instigada pelas discussões sobre filosofia da linguagem, Andrea atendeu a um curso de Lógica. No mesmo ano, anunciava-se com Costa e Silva, uma aparente abertura da situação política no Brasil, por essa razão, Andrea retornou ao Brasil.
No Recife Andréa percebeu que seu histórico político a impedia de conseguir trabalhos. Sendo assim, na procura de outras oportunidades, em 1969 conseguiu o cargo de regente da disciplina de Lógica no Departamento de Filosofia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Durante sua estadia na Paraíba, recebeu uma série de mandatos de busca do Exército, por seu histórico político e “comportamento suspeito”. De fato, apesar de ter se afastado das atividades de resistência direta durante o período ditatorial, Andrea sempre deu suporte e acolheu os amigos militantes mais ativos, como Almery Bezerra de Melo, Antônio Othon Pires Rolim, Felícia de Moraes, Maria da Penha Petit Né Villela de Carvalho, Rita Sipahi, Rui Frazão Soares, Violeta Arraes e Vinícius Caldeira Brant. Andrea afirma em depoimento que a Lógica se tornou como um refúgio, pois ficava menos exposta politicamente do que na Filosofia Política, sua anterior área de dedicação.
Em parceria com Zeljko Loparic, criou um curso de especialização em Metodologia da Ciência, destinado à formação docente. Em 1970, foi contratada como professora titular e chefe do Departamento de Filosofia da UFPB, onde lecionou Lógica e Metodologia Científica para o curso de graduação em Filosofia. Em 1º de fevereiro de 1970, nasceu sua segunda filha, Tereza Loparic.
Entre 1970 e 1972, Andrea lecionou em diversos cursos de Aperfeiçoamento, Extensão e Especialização na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em 1972, participou do Primeiro Encontro Brasileiro de Lógica, onde conheceu Oswaldo Porchat, que a convidou, conjuntamente a seu marido, para lecionar no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP). Entre os anos 1973 e 1975, foi auxiliar de ensino em Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP) pela instituição. Apesar de o movimento representar um recomeço na carreira, Andrea e Zeljko buscavam por maior liberdade intelectual e melhores condições para seus filhos.
Foi durante esses anos na USP que Andrea iniciou suas colaborações em Lógica com Newton da Costa. Entretanto, apesar de procurar mais liberdade, foi alvo de mandatos de busca do exército e ameaças de expulsão. Neste mesmo período, Andrea compôs o grupo de Oswald Porchat que se transferiu para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Lá, lecionou como professora-assistente MS-2, em RDIDP no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Foi uma das professoras participantes da fase embrionário do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp.
Em 1977, ministrou cursos diversos, como Adaptação à Lógica, Lógica I e Tópicos Especiais de Lógica, no Programa de Pós-graduação em Lógica e Filosofia da Ciência da Unicamp, do qual participou da criação. Entre os anos 1977 e 1987, foi membro das bancas de seleção de candidatos para o já citado programa de pós-graduação, além de participar de diversas comissões administrativas em diferentes ocasiões. Durante esse período, trabalhou enquanto pesquisadora e orientadora de trabalho voltados para semântica de valorações e métodos de decisões para lógicas proposicionais não clássicas, além de se aproximar da psicanálise.
Na década de 1980, Andrea intensificou sua participação política junto ao MDB, onde foi credenciada como fiscal do partido em 1982. Em 1986, participou ativamente [no controle das finanças e de assinaturas de apoio] da campanha de Miguel Arraes para governador do Estado de Pernambuco, apesar de já vir acompanhando o político desde muito antes (1965) e ser amiga pessoal da irmã de Arraes, Violeta Arraes. Em 1987 participou das movimentações do PSB.
Em 1983, Andrea solicitou a reclassificação para professora assistente MS-3 na Unicamp, mas o pedido foi negado devido ao atraso na defesa da sua tese de doutorado. Entre 1984 a 1992 e 1993 a 1995 foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Em 1985, já era discutido a separação de Andrea e Zeljko, que só veio a se concretizar mais há frente, em 1994.
Em 1988, Andrea obteve o título de doutora em Lógica e Filosofia da Ciência, pelo Departamento de Filosofia da Unicamp. No mesmo ano, foi reclassificada como Professor Assistente Doutor MS-3 e pediu afastamento por dois anos para lecionar na USP, onde atuou como professora colaboradora MS-3 junto ao Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na área de Lógica.
A partir de 1992, Andrea lecionou simultaneamente na USP e na Unicamp, cumprindo o Regime de Turno Parcial (RTP) (12 horas semanais) na USP e RDIDP na Unicamp, como professora assistente doutor MS-3. Em 1992, também atuou como professora visitante na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ministrando cursos para o grupo de lógica do mestrado em Filosofia e para o curso de especialização em Psicanálise.
Em 1994, divorcia-se de Zeljko Loparic. Assim como se aposenta pela Universidade Estadual de Campinas. A partir de 1995, Andrea Loparic estreitou suas relações na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde atuou como professora-orientadora de Pós-graduação em Filosofia. Entre os anos 1994 e 1998, ministrou diversos cursos como professora visitante da Pós-Graduação do Departamento de Filosofia da universidade.
No mesmo ano, retomou suas atividades de docência para os cursos de graduação na USP, onde foi docente do Programa de Iniciação Científica do Departamento de Filosofia. Além de ministrar disciplinas de formação básica em lógica nos cursos de Filosofia tanto na USP quanto na UFRGS. É nesse momento que Andrea produz as suas apostilas de Lógica, intituladas ‘Lições de Lógicas’. Nesse mesmo período, foi membro do conselho editorial da revista “Analytica”.
Entre 1995 e 1998 foi bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A partir de 1999, passou a exercer exclusivamente o cargo de professora doutora em RDIDP na FFLCH da Universidade de São Paulo, onde se aposentou e, posteriormente, continuou atuando como professora sênior de dedicação exclusiva. Nesse período, orientou somente trabalhos em nível de iniciação científica e mestrado.
No final da década de 90, Andrea criou a empresa Humpty Dumpty Informática e a That’s Internet, que ofereciam serviços de conexão de internet independente. A That foi responsável pela estrutura da edição brasileira do Le Monde Diplomatique. Andrea esteve muito ligada às discussões sobre acesso a livre informação, muito preocupada com o domínio que as grandes corporações começavam a exercer sobre a internet. Em decorrências das mobilizações ligadas à internet, Andrea e sua filha Tereza criaram em [2001] o Fórum Social Mundial.
Em 2010, Andrea escreve junto a outros filósofos o Manifesto dos filósofos contra o Impeachment de Dilma Rousseff, o qual Andrea foi entregar à Dilma.
A professora doutora Andrea Maria Altino de Campos Loparic teve sua saúde debilitada pelo tratamento de câncer, e veio a falecer no dia 25 de outubro de 2021, aos 80 anos, de insuficiência renal.
Andrea possui inúmeras pesquisas e publicações, dentre suas áreas de interesse estão semântica das lógicas paraconsistentes e teoria de valorações. Alguns de seus trabalhos são:
• Investigações lógicas VI, coleção “Os Pensadores”, ed. Abril, São Paulo, 1975, em colaboração com Zeljko Loparic. Técnicas e Ciência enquanto ideologia, coleção “Os pensadores”, ed. Abril, 1976, em colaboração com Zeljko Loparic.
• Une étude sémantique de quelques calculs propositionnels, Comptes Rendus de I’Academie des Sciences de Paris, 1977.
• The Method of Valuations in Modal Logic, in Mathematical Logic, Proceedings of the First Brazilian Conference, Marcel Dekker, New York, 1977.
• Semantical Analysis of Arruda – da Costa P systems and adjacent non-replacement relevant systems, p. 302-320, Studia Logica, 1978, em colaboração com Richard Routley.
• The Semantics of the Systems Cn of da Costa, in Proceedings of the Third Brazilian Conference on Mathematical Logic, São Paulo, 1980, em colaboração com E.H. Alves.
• Semantics for Quantified Relevant Logics, in Proceedings of the Third Brazilian Conference on Mathematical Logic, São Paulo, 1980, em colaboração com Richard Routley.
• Valutions in Temporal Logic, in The Journal of Non-Classical Logic, 1980.
• Paraconsistency, Paracompleteness and Induction, in Logic et Analyse, Campinas, 1986, em colaboração Newton C.A. da Costa.
• A Semantical Study of Some Propositional Calculi, in The Journal of Non-Classical Logic, Vol III, n°1, p. 74-95, Maio 1986.
• Two Systems of Deontic Logic, in Bulletin of the Section of Logic, Polish Academy of Sciences, Vol 1, n° 4, p. 137-144, Dezembro de 1986. L’Identité, la Négation et les Univers de Discours, in Lacan avec les Philosophes, Paris, 1991.

Antônio Mário Antunes Sette

  • AMS
  • Persona
  • 1939-1999
Antonio Mário Antunes Sette nasceu em Pernambuco. Casou-se com Neide Maria Durães Sette, com a qual teve três filhos. Sette, como é conhecido no meio acadêmico, formou-se Bacharel em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPe) no ano de 1967. Fez seu mestrado na Universidade Estadual de Campinas, sob a orientação do Professor Newton Carneiro Afonso da Costa. Em 1977, doutorou-se pela Universidade de São Paulo, também sob a orientação do Professor da Costa. Iniciou sua atividade profissional em 1966, como professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em 1968, foi contratado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e logo depois, em 1969, pelo Instituto de Matemática Estatística e Ciência da Computação (IMECC) da Unicamp. Voltou à sua cidade natal, para lecionar na UFPe, a partir de 1971. Nessa Universidade, além das atividades acadêmicas, desempenhou também as funções de Vice-Coordenador de Pós-Graduação do Departamento de Matemática e de Chefe desse Departamento, ambos em 1979. Mas, em 1979 recebe um novo convite para lecionar na Unicamp, e aqui permanece até o seu falecimento.Foi orientando do Professor Leopoldo Nachbin, no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro. E, quando esteve em Marseille, na França, na década de 70, trabalhou com o Professor R. Fraissé.Membro fundador da Sociedade Brasileira de Lógica (SBL), criada em 14 de fevereiro de 1979, foi seu primeiro Vice-Presidente, durante a gestão de 1979-1980 e Tesoureiro de 1981-1982.Em 1983, titulou-se Professor Livre Docente. Passou a ser membro do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, em 1982.Na Unicamp exerceu alguns cargos administrativos, entre os quais destacamos o de Diretor e Vice-Diretor do IMECC, de 1984 a 1986, o de Presidente da Comissão Deliberativa do Vestibular, de 1986 a 1990 e o de Pró-Reitor de Graduação, no período de 1986 a 1990.Suas pesquisas e trabalhos foram nas áreas de Álgebra da Lógica, Teoria de Modelos, Método Algébrico em Teoria de Modelos, Aspectos Geométricos das Linguagens Lógicas, Traduções e/ou Interpretações entre Lógicas e Lógicas Não-Clássicas.O Professor Antônio Mario Sette integrava o Grupo de Lógica do CLE/ IFCH-Unicamp.
Participou de aproximadamente 20 Seminários e Simpósios, além de inúmeras participações em bancas examinadoras. Muitas de suas publicações foram com seus pares, dentre eles podemos citar: Ayda Ignez Arruda, Itala Maria Loffredo DOttaviano e Walter Alexandre Carnielli, os três da Unicamp, com Newton C. A. da Costa, Rolando Chuaqui, Xavier Caicedo e Daniele Mundici. O XIII Encontro Brasileiro de Lógica, ocorrido na Unicamp em maio de 2003, foi dedicado à sua memória. O Professor Xavier Caicedo, da Universidade de Los Andes-Colômbia, rendeu-lhe homenagens e destacou as atividades desenvolvidas por Mário Sette enquanto membro do CLE e os vários trabalhos que os dois realizaram na área de lógica.

César Lattes

  • CL
  • Persona
  • 1924-2005
Cesare Mansueto Giulio Lattes nasceu em Curitiba, em 11 de julho de 1924. Em 1943 recebeu os diplomas de bacharel em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia e Ciências e Letras da USP. Foi lá que iniciou sua carreira científica, no então Departamento de Física, ao publicar um trabalho científico sobre a abundância de núcleos no Universo, em parceria com Gleb Wataghin. Cesar Lattes tornou-se mundialmente conhecido em 1947, quando descobriu a partícula méson-pi em colaboração com Giuseppe Occhialini e Cecil Powell. Na época, Lattes trabalhava no laboratório H.H. Wills da Universidade de Bristol, dirigido por Powell, onde melhorou a técnica de emulsão nuclear em chapas fotográficas desenvolvida pelo próprio Powell. Depois viajou para o Monte Chacaltaya, Bolívia, a 5200m de altura, onde expôs as chapas fotográficas aos raios cósmicos e descobriu o méson-pi, cuja existência foi prevista teoricamente em 1935, por Hideki Yukawa. Estes resultados foram publicados na revista Nature, em 24 de maio de 1947, sob o título "Processes involving charged mesons". Nessa época Lattes tinha apenas 22 anos. No ano seguinte fez outra importante contribuição à Ciência. Em colaboração com Eugene Gardner, Lattes obteve artificialmente a partícula méson-pi no recém-construído sincro-cíclotron da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Lattes quase foi contemplado com o Prêmio Nobel de Física. Retornando ao Brasil em 1949, teve importante papel na catalisação dos esforços que levaram finalmente à criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) - atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - em 1951.Diretor Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas desde a fundação, em 1949, e principal consultor científico nos primeiros anos do Laboratório de Chacaltaya, cria, na USP em 1957, um laboratório para estudos de interações a altas energias na radiação cósmica. A partir de 1962, lidera a reunião de grupos brasileiros e japoneses num projeto de longo alcance sobre interações a altas energias na radiação cósmica.
Em 1967, Lattes assume o cargo de professor titular no recém-fundado Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, tornando-se o primeiro diretor do Departamento de Raios Cósmicos, Cronologia, Altas Energias e Léptons. Em 1969, ele e seu grupo descobriram a massa das denominadas bolas de fogo (fireball). Em 1986, aposentou-se da Unicamp, recebendo, no mesmo ano, o título de Doutor Honoris Causa e de Professor Emérito da universidade. Cesar Lattes faleceu em Campinas, no dia 8 de março de 2005.

Comissão Supervisora do Plano dos Institutos

  • COSUPI
  • Entidad colectiva
  • 1988

A Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (COSUPI), foi criada pelo decreto número 49.355 de 28 de novembro de 1960, do então Presidente da República Juscelino Kubitschek, após período experimental em que foi regida por portaria ministerial datada de 28 de fevereiro de 1958, expedida pelo ministro de Estado Clóvis Salgado, e tinha por objetivos, modificar mediante a difusão de idéias, as estruturas das universidades brasileiras e das escolas superiores de tecnologia, visando promover reformulações profundas em relação às cátedras e a carreira docente das universidades e apoiando a formação de técnicos procurando elevar o nível de conhecimento desses profissionais, aumentar o número de vagas nos cursos de engenharia, visando com isso, o desenvolvimento social do país, de modo a sanar as deficiências impostas pelo crescente progresso técnico da nação à educação e ao trabalho.

Os esforços e recursos empreendidos pela COSUPI para atingir seus objetivos procuravam desenvolver as áreas de conhecimento que eram mais importantes do ponto de vista da educação para o desenvolvimento, ou seja, a matemática, a química, a física. a biologia, a geologia e a economia.

As verbas concedidas pela COSUPI objetivavam exclusivamente planejar um novo sistema educacional nas escolas ou universidades, nas áreas vinculadas ao trabalho, no intuito de promover o aumento da produtividade.

Desde a sua criação, a COSUPI foi presidida pelo professor Ernesto Luiz de Oliveira Júnior, que para cumprir a meta da instituição a qual presidia, percorreu o país buscando conhecer as escolas técnicas e universidades brasileiras, apontando seus problemas e submetendo ao ministro de Estado os planos de aplicação de recursos e os progressos que já se realizavam dentro dos planos do Ministério da Educação e Cultura.

Após realizar exaustivo trabalho em inúmeras universidades e escolas de tecnologia em todo o país em prol do desenvolvimento produtivo, a COSUPI teve seu funcionamento alterado pelo decreto número 51.405 de 6 de fevereiro de 1962 do Presidente da República João Goulart e dos Ministros de Estado Tancredo Neves e Antônio de Olivera Britto.

Por esse decreto a COSUPI passava a ser subordinada diretamente ao ministro da Educação e Cultura que seria seu presidente, tendo por diretor executivo, o diretor do ensino superior do Ministério da Educação, auxiliado por mais quatro membros nomeados pelo Presidente da República.

Essas modificações causaram protestos da parte do Professor Oliveira Júnior que declarou em carta aberta “Ao povo brasileiro”, que as alterações feitas pelo ministro Brito, desviariam a COSUPI de seus objetivos originais e promoveriam sua extinção como instituição preocupada com o desenvolvimento nacional.

A opinião do Professor Oliveira Júnior foi defendida por várias pessoas como, por exemplo, Luís MacDowell na sua nota “Brasília e a COSUPI”, publicada no “Diário Carioca” de 18 de fevereiro de 1962, mas também sofreu críticas daqueles que viam nas mudanças o fator decisivo na reformulação do ensino superior no Brasil, como por exemplo, o Professor Dumerval Trigueiro Mendes em sua nota publicada no “Diário de Notícias” de 15 de abril 1962.

As divergências decorrentes dessa mudança foram muitas, até que o decreto número 53.932 de 26 de maio de 1964 do Presidente Humberto Castello Branco reuniu a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior (CAPES), a Comissão Supervisora do Plano dos Institutos (COSUPI), e o Programa de Expansão do Ensino Tecnológico (PROTEC), num só órgão denominado Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), subordinada ao Ministro da Educação e Cultura, que visava também dar apoio às universidades e institutos de tecnologia, que atendessem as necessidades decorrentes do desenvolvimento econômico e técnico do país.

O Fundo COSUPI conta com grande quantidade de documentos, referente a diversas universidades do Brasil material de pesquisa bastante completo e que fornece os elementos necessários para a preservação da memória do desenvolvimento científico brasileiro.

Essa documentação está no Arquivo do CLE desde 1988. Trata-se de um fundo público fechado, pois sua documentação é parte do Arquivo do Ministério da Educação e Cultura.As Séries constituídas são Convênios, Correspondências, Documentos Contábeis, Iconografia, Legislação, Miscelânea, Planejamento e Produção Intelectual de Terceiros. e os Dossiês Casa do Brasil na Cidade Universitária de Madrid, Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Grupo de Reequipamento Técnico-Científico das Universidades do Nordeste, Grupo de Trabalho de Educação do Nordeste e Grupo Executivo para Aplicação de Computadores Eletrônicos e conta com 873 unidades documentais.

Francisco Antonio de Moraes Accioli Dória

  • FAMAD
  • Persona
  • 1945-
Possui graduação em Engenharia Quimica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1968), mestrado em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (1973) e doutorado em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (1977). Atualmente é professor emérito/professor colaborador pleno - Engenharia de Produção, COPPE-UFRJ e professor emérito de comunicação - Engenharia de Produção, COPPE-UFRJ, alem de professor do HCTE/UFRJ. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em complexidade computacional, atuando principalmente nos seguintes temas: incompletude, cópias de gauge, sistemas dinâmicos, hipercomputação e problema p vs np. É membro da Academia Brasileira de Filosofia, membro correspondente da Academia Hispano-Belga de História, da Academia de Letras e Artes de Portugal e membro titular do Colégio Brasileiro de Genealogia.

Hugo Régis dos Reis

  • HRR
  • Persona
  • 1914 -1990
Hugo Régis dos Reis nasceu em Santa Catarina. Formou-se engenheiro civil e eletricista pela Escola Politécnica da Universidade Técnica Federal no Rio de Janeiro, em 1936. Começou suas atividades profissionais ainda como estudante em 1935, como estagiário na Estrada de Ferro Central do Brasil e depois como engenheiro. Em 1937, fundou com Octávio Catanhedee Cássio Veiga de Sá o primeiro escritório especializado em topografia, trabalhando em vários projetos importantes como: da Usina Siderúrgica de Volta Redonda e o da Central Elétrica de Macabue executou levantamentos cadastrais de Nova Friburgo, Florianópolis, São Gonçalo, Barra Mansa e Araruama. Paralelamente dedicou-se às atividades didáticas e em 1950 prestou concurso para professor catedrático de Topografia na Escola Nacional de Minas e Metalurgia de Ouro Preto. Em 1953, submeteu-se ao concurso de livre-docência na Escola Nacional de Engenharia. Permaneceu em exercício na Escola de Minas até 1958, quando, por concurso, conquistou a Cátedra de Astronomia e Geodésia, da Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro. De junho de 1962 a junho de 1963, ocupou a Superintendência do Centro de Ensino e de Pesquisas de Petróleo da PETROBRÁS, quando foi nomeado diretor da mesma, permanecendo até janeiro de 1964. Politicamente, colaborou em periódicos como “Jornal dos Debates” e “Emancipação”,entre 1947 e 1952. A par da intensa atividade profissional, colaborou desde a fundação em 1948com o Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, semente da campanha “O Petróleo é nosso”. Em 1967, a “Campanha Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da Amazônia” (CNDDA) então criada, teve sua inteira adesão e dedicação tendo sido inclusive, presidente do Departamento de Estudos da CNDDA

Joaquim da Costa Ribeiro

  • JCR
  • Persona
  • 1906-1960
Joaquim da Costa Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro. Filho de Antonio Marques da Costa Ribeiro. Diplomou-se engenheiro civil e engenheiro mecânico-eletricista, em 1928 na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em 1933, tornou-se livre docente e desde 1946, professor catedrático de física geral e experimental da Faculdade Nacional de Filosofia, na qual foi professor chefe do Departamento de Física. Iniciou sua atividade acadêmica em 1940, com trabalhos originais sobre um novo método para a realização de medidas de radioatividade e a aplicação desse método ao estudo de minerais radioativos brasileiros. Em 1944, que descobriu um novo fenômeno físico de caráter muito geral, consistindo na produção de cargas elétricas associadas a mudanças de estado físico de dielétricos em que uma das fases é sólida, fenômeno esse que denominou de efeito termo-dielétrico, também conhecidocomo efeito Costa Ribeiro. O estudo deste fenômeno gerou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior. A partir de então, fez parte de várias expedições de estudo no Brasil e no exterior, participando de conferências e congressos. Em 1953, foram-lhe conferidos o Prêmio Einstein, da Academia Brasileira de Ciências, pela descoberta do efeito termo-dielétrico e o Prêmio Álvaro Osório de Almeida, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), pelo conjunto de sua obra científica. Participou e foi membro, como delegado do Brasil, do Comitê Consultivo das Nações Unidas para as Aplicações Pacíficas da Energia Nuclear. E, em 1955 e 56 colaborou na elaboração do projeto do Estatuto da Agência Internacional de Energia Atômica, tendo participado também, como delegado do Brasil, da Conferência Internacional de Nova York que aprovou o texto finaldo referido Estatuto. Foi designado membro da Comissão de Energia Atômica do CNPq da qual foi posteriormente presidente, ainda em 1956. Em 1957, foimembro da Comissão Nacional de Energia Nuclear da Presidência da República. Em outubro de 1957 participou como delegado do Brasil, da I Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica em Viena. E, em fevereiro de 1958, por indicação do Diretor Geral, homologada pela respectiva junta Governativa, foi nomeado Diretor da Divisão de Intercâmbio e Treinamento da Agência Internacional de Energia Atômica em Viena, cargo que desempenhou até novembro de 1959. De regresso ao Brasil em dezembro de 1959, reassumiu suas funções como membro do Conselho Deliberativo do CNPq, suas aulasdo curso normal do Instituto de Educação, como professor catedrático, a chefia do Departamento de Física e a cátedra de Física Experimental da Faculdade Nacional de Filosofia. Como reconhecimento ao seu trabalho, em 10 de outubro de 1973, foi-lhe conferida a Medalha Carneiro Felippe, oferecida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, recebida por seu filho mais velho Sérgio Cristiano Costa Ribeiro, também físico.

José Carlos Valladão de Mattos

  • JCVM
  • Persona
  • 1940-

José Carlos Valladão de Mattos nasceu no dia 05 de julho de 1940, na cidade do Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, filho de Jayme Vieira de Mattos e Emir Valladão de Mattos.

Valladão, como é conhecido no meio acadêmico, foi aluno da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil de 1962 a 1964. Transferiu-se para a Universidade de Brasília em 1965, onde concluiu o Bacharelado em Física. Em 1968 conclui o mestrado em Física no Instituto Central de Física Pura e Aplicada da UnB nessa mesma Universidade.

Em 1966 cursou disciplinas de pós-graduação no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF e em julho de 1968 apresentou a dissertação “Estudo da Emissão de Hidrogênio na Banda 21cm e a Estrutura da Galáxia”, sob orientação do Prof. Luiz Carlos Gomes e obteve o grau de Mestre em Física pelo Instituto Central de Física Pura e Aplicada da Universidade de Brasília.

Em setembro de 1968, uniu-se ao grupo do Prof. Sérgio S. P. Porto, na “University fo Southern Califónia” onde trabalhou até 1971, cumprindo nesse período todos os cursos e exames, inclusive o exame de qualificação para obtenção do título de Doutor em Fìsica.

Em agosto de 1971 foi contratado pelo Departamento de Física do Estado Sólido e Ciência dos Materiais – DFESCM, da Universidade Estadual de Campinas, por solicitação do Prof. Carlos Alfredo Argüello.

Em seus primeiros anos na Unicamp, foi responsável pela planificação do Laboratório de Espalhamento de Luz (Raman II) do DFESCM e desenvolveu pesquisas com o Diretor do Departamento, Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, seu orientador, que resultaram no artigo “Non-Equilibrium Phonon Distribution and Electron Phonon Coupling in Semi-conductors”, concluído em 1972 e publicado na Solid State Communications, Vol. 12, pp. 465-468, Março de 1973. Em 11 de maio de 1973, obteve o título de doutor ao defender a tese “Distribuições Não-equilibradas de Fonons Ópticos em Semicondutores”

De setembro de 1974 a agosto de 1976, licenciou-se da Unicamp e retornou aos Estados Unidos a convite da Bell Laboratories, onde trabalhou com o Dr. John M. Worlock, na qualidade de pesquisador visitante, desenvolvendo trabalhos em condensação de excitons, ou gotas de életron-buraco em Germânio.

De 1977 a 1979, além de suas atividades didáticas e de pesquisa, exerce diversas outras funções administrativas no Instituto de Física destacando-se a de Co-Executor do Projeto Física para o Ensino Secundário (MEC/Unicamp), além de tornar-se colaborador da Seção Ciência e Tecnologia do Jornal Folha de São Paulo.

Em 1980 licenciou-se novamente da Unicamp e passou dois anos na UnB, como professor visitante, onde contribuiu na reforma do Curso Básico Geral da Física, oferecido para todos os cursos das áreas de ciências e também na reformulação da disciplina de Física Ondulatória. Como pesquisador colaborou com o Grupo de Física da Matéria Condensada colocando em funcionamento um laboratório de interação de luz com a matéria, com duas atividades principais: espectroscopia fotoacústica e espectroscopia ótica.

Em 1981, de volta à Unicamp, passa para o Departamento de Física Aplicada para atuar no Laboratório de Pesquisa em Dispositivos – LPD em convênio com o CpqD / Telebrás/ CNET em pesquisa sobre caracterização de junções de semicondutores, usados na fabricação de lasers de GaAs. Tornou-se também Coordenador de Pós-Graduação do Insituto de Física, cargo que exerceu até 1983.

De abril a maio de 1983 esteve por um mês no Max Planck Institut fur Festköperforschung em Stuttgart, convidado pelo Dr. Ernest Göbel para trabalhar em espectroscopia ultra-rápida de fonons e fotoluminescência de populações não-equilibradas termicamente com a rede cristalina. O convite deveu-se ao seu trabablho de doutorado no tema dez anos antes. Na época no IFGW a possibilidade de trabalho restringia-se a região de microssegundos, sendo que nos laboratórios do Dr. Göbel havia facilidades para espectroscopia de picosegundo. No período em que esteve na Alemanha também interagiu com o grupo do Dr. Pilhuln da Univesidade de Stuttgart, com estruturação semelhante ao grupo da Telebrás, onde procurou coletar o maior número de informações sobre lasers de GaAs e InGaAsP quanto a defeitos, novas estruturas e metodologias para estudos óticos de substratos e camadas epitaxiais e teve extensivas discussões com o Dr. Sawer, responsável pelo desenvolvimento de estudos de defeitos em semicondutores. Um resultado significativo de sua visita ao Max Planck foi a proposta do Dr. Göbel de estabelecer em bases definitivas um intercâmbio com a Unicamp, através do programa de colaboração bilateral Max Planck Society/CNPq, abrindo a possibilidade para que alunos e pesquisadores em nível de pós-doutorado brasileiros pudessem visitar esse laboratório. Na segunda etapa da viagem passou duas semanas no Bell Laboratories onde interagiu estreitamento com o grupo de estudo de propriedades óticas no infravermelho que trabalhava majoritariamente em física e tecnologia de camadas epitaxiais de GaAs e InGaAsP, visando dispositivos tais como lasers e detectores.

Além de sua atividade como pesquisador, a partir de setembro de 1983 passa a ser o executor do Convênio Unicamp/CNPq/SUBIN/MRE “Capacitação de Pesquisadores e Professores Latino-Americanos”. A partir de 1985 para a ser também executor do Convênio Unicamp/Secretaria de Educação do Estado de São Paulo/CENP “Atualização e aperfeiçoamento de docentes e especialistas do quadro do Magistério Público do Estado de São Paulo.

Foi representante docente no Conselho Diretor da Unicamp nos biênios 1982-1984 e 1984-1986.

Em maio de 1986 foi designado Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários respondendo pela execução de diversos convênios e projetos até o final do mandato do Prof. Paulo Renato Costa Souza como Reitor em 1990, tais como:

- Organização e realização do Encontro Integração entre os Setores Produtivos e de Pesquisa e Desenvolvimento em 1986; a Feira de Tecnologia da Unicamp – evento de grande porte visitado por mais de 170.000 pessoas na Unicamp e no Rio de Janeiro, durante o qual ocorreram o Encontro de Tecnologia e Desenvolvimento Industrial, a realização da Reunião Mensal FIESP/CIESP – DECOR e o Encontro da Indústria do Estado de São Paulo em Agosto/Setembro de 1988; a Interação Universidade-Empresa ação em larga escala no estabelecimento do convênios na área tecnológica com empresas privadas. Implantou diversos projetos educativos para a comunidade da Unicamp e de extensão em colaboração com a Prefeitura Municipal e orgãos da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Ministério da Educação. Projetos habitacionais para alunos e funcionários entre outras ações sociais.

De 1990 a 1991 foi Assessor Especial do Secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Belluzo.

Em 1992 aposentou-se pela Unicamp.

Em 2001 torna-se Diretor Superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas – CIATEC, concebido na década de 1970 por Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito do Instituto de Física da Unicamp , constituida por decreto municipal em 1991 e transformada em empresa de economia mista, mantendo a Prefeitura de Campinas como acionista majoritária.

Leônidas Helmuth Baebler Hegenberg

  • LH
  • Persona
  • 1925-2012
Leônidas Helmuth Baebler Hegenberg licenciou-se em Matemática e Física pela Universidade Mackenzie (1947-1950) e em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1955-1958). Estudou como aluno regular na Universidade da Califórnia, Berkeley, E.U.A. (1960-1962). Prestou concurso e foi admitido no ITA. em 1950, onde passou a lecionar no departamento de Matemática, e, de 1960 em diante, no departamento de Humanidades. Foi professor titular desse Instituto.
Leônidas Hegenberg foi responsável pelo setor de Lógica, no programa de pós-graduação da Universidade Católica de São Paulo (1970-1975) e esteve associado à FFCL de Assis (1963-1964), à FFCL de Presidente Prudente(1964), à Escola de Engenharia de Guaratinguetá (1969-1972), ao setor de pós-graduação do Instituto de Pesquisas Espaciais (1971-1973), e à Escola de Comunicação e Artes da USP (1974), além de ministrar cursos em várias capitais brasileiras.
O Professor Leônidas Hegenberg exerceu ainda cargos administrativos no ITA e tornou-se membro de diversas sociedades científicas, como por exemplo, o Instituto Brasileiro de Filosofia, Philosophy of Science Administration, The British for the Philosophy of Science, Sociedade Paranaense de Matemática, Association for Symbolic Logic, entre outras.

Luiz Muniz Barreto

  • LMB
  • 1925-2006
Luiz Muniz formou-se engenheiro civil e eletricista em 1949, pela Escola Nacional de Engenharia, bacharelou-se e concluiu a licenciatura em física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Estadual da Guanabara entre 1958 e 1959. Concluiu o doutorado em ciências, nas especialidades de Mecânica Racional e Mecânica Celeste, em 1962 e livre docência em Mecânica Geral pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1963. Ocupou vários cargos em empresas técnicas, como a Companhia Telefônica Brasileira e em Instituições de pesquisa científica, destacando-se em seu trabalho no Observatório Nacional, onde iniciou como estagiário, chegando até ao posto de diretor dessa instituição nos anos de 1968 a 1979, e novamente de 1982 a 1985. Foi sub-reitor de pós-graduação e pesquisa na UERJ, tanto em caráter permanente, como provisório. Foi membro das mais destacadas sociedades científicas do mundo, como Societé Astronomique de Francé, SBPC, União Astronômica Internacional e outras. Foi ainda responsável pela formação de importantes grupos de pesquisa científica no Observatório Nacional, no ITA e na Universidade Federal de Minas Gerais. Participou da solenidade de atividades de Fundação do Clube de Astronomia do Rio de Janeiro (CARJ), em 30 de junho de 1976, reunindo, no salão nobre do Observatório Nacional. Muniz Barreto teve um profícuo trabalho de pesquisa científica, contando com mais de 100 publicações, entre as quais encontra-se o livro "Observatório Nacional - 160 anos de Hisória". Luiz Muniz Barreto faleceu a 12 de abril de 2006 com 81 anos.

Leopoldo Nachbin

  • LN
  • Persona
  • 1922-1993
Leopoldo Nachbin nasceu em Recife, Pernambuco, Brasil, a 07 de janeiro de 1922. Em 1939, após completar seus estudos secundários, ingressou na Escola Nacional do Rio de Janeiro. A partir de 1940 e, simultaneamente com o curso de Engenharia, frequentou como aluno ouvinte o curso de Bacharelado em Matemática da Faculdade Nacional de Filosofia, pois não era permitido matricular-se em dois cursos ao mesmo tempo. Em 1941, como aluno, tornou-se auxiliar do Ensino de Cálculo Infinitesimal da Escola Nacional de Engenharia. Em 1943, obteve o diploma de Engenheiro Civil. Patrocinado por Gabrielle Mammana, apareceu nos Anais da Academia Brasileira de Ciências o primeiro trabalho de Nachbin quando ele tinha dezenove anos, em 1941. No prefácio de um livro sobre Elasticidade, publicado por Sobrero em português, no Rio de Janeiro na época, há um agradecimento explícito a Nachbin. Em 1944, passou a ser assistente de Cálculo Infinitesimal da Escola Nacional de Engenharia. Em 1947, foi contratado como professor regente da Faculdade Nacional de Filosofia e em 1948 prestou concurso de Livre Docência em Análise Matemática na mesma faculdade. Em 1950, tornou-se professor titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) recentemente fundado. Nachbin tornou-se professor titular da Universidade federal do Rio de Janeiro. Foi um dos principais idealizadores e promotores da criação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) fundado como órgão do CNPq em 1952, no qual permaneceu como pesquisador titular até 1971. Durante dois anos, de 1956 a 1958,retornou aos Estados Unidos, inicialmente como Associado de Pesquisa na University of Chicago, Chicago, Illinois, com bolsa de um ano da Rockfeller Foundation, a seguir como membro visitante do Institute of Advanced Study, Princeton, New Jersey, com bolsa de um ano da Guggenheim Foundation. De 1961 a 1970, foi coordenador do Instituto Central de Matemática da Universidade de Brasília, Brasília, DF. Brasil. Esteve ausente do Brasil durante quatro anos consecutivos, de 1961 a 1965, o maior de seus períodos no estrangeiro e, num certo sentido, o auge da sua carreira. Inicialmente, foi professor visitante da Faculté des Sciences de Paris (Sorbonne), na França, durante dois anos, de 1961 a 1963. Nesse período, foi conferencista convidado do Congresso Internacional de Matemáticos, realizado em 1962, em Estocolmo, Suécia. Ainda em 1962, ganhou o Prêmio Moinho Santista. Foi a primeira oportunidade em que a Fundação Moinho Santista concedeu tal prêmio na área de matemática. Neste mesmo ano, após visita de um mês a Inglaterra, o matemático Michael Atiyah convidou-o a ser professor permanente da University of Oxford, que Nachbin aceitou um ano depois. De 1963 a 1965, após os dois anos em Paris, Nachbin tornou-se professor titular da University of Rochester. Em 1970, recebeu uma medalha honorífica da Universidade de Liege e, em 1973, recebeu o título de professor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco. Recebeu em 1982, o Prêmio de Ciências Bernardo Houssay, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e, nesse mesmo ano, por ocasião de seus 60 anos, foi homenageado com um simpósio internacional de matemática realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) entregou-lhe o título de professor Honoris Causa em 17 de agosto de 1989.

Michael Beaumont Wrigley

  • MBW
  • Persona
  • 1953-2003
Michael Beaumont Wrigley nasceu no dia 4 de setembro de 1953, em Leeds, Londres. Iniciou sua graduação em Matemática, na University College, na Grã-Bretanha. Ingressou já no segundo ano em Filsofia e bacharelou-se pela University of Kent at Canterbury, na Grã-Bretanha, em 1978. Nesse mesmo ano, ingressou no programa de Filosofia da Universidade de Oxford e iniciou suas pesquisas sobre a filosofia de Wittgenstein, particularmente sobre a filosofia da matemática de Wittgenstein. Sua dissertação de mestrado intitulou-se: Alguns aspectos da filosofia da matemática de Wittgenstein (Some aspects of Witgenstein's Philosophy of Mathematics). Inscreveu-se no programa de doutorado da Universidade da Califórnia, em Berkeley, em 1980, obtendo o título de doutor em 1987, com a tese "Os estágios iniciais da Filosofia da matemática de Wittgenstein" (Wittgenstein's early Philosophy of Mathematics). Durante seu doutoramento manteve contato com importantes filósofos, dentre eles: Paul Feyerabend, John Searle e Marcelo Dascal e, também com alguns nomes da lógica mundial, como Alfred Tarski, Robert Solovay e Newton da Costa. O contato com os Professores Dascal e da Costa rendeu-lhe um convite para lecionar no Departamento de Filosofia, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. No período de 1985 a 1986 atuou como Professor Assistente de Filosofia na Universidade Americana do Cairo, Egito. Em 1988 foi aprovado como Professor na área de Epistemologia, do Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, sendo contratado em 19 de abril de 1989, iniciando suas atividades docentes em 1 de março de 1990. Foi um dos membros fundadores da Sociedade Brasileira de Ciência cognitiva. Em 1992, o Professor Michael se integra ao Grupo de Lógica do IFCH/Unicamp, composto pelos Professores Walter A. Carnielli, Antônio Mario Sette e Itala Maria Loffredo D´Ottaviano. Foi membro do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE) da Unicamp desde 1992. O Professor Michael Wrigley coordenava a Seção de Publicações do CLE quando veio a falecer em 9 de agosto de 2003.

Programa de Expansão do Ensino Tecnológico

  • MEC PROTEC
  • Entidad colectiva
  • 22/01/1963|26/05/1964
Objetivando a graduação do maior número de especialistas e técnicos auxiliares nos diversos ramos da engenharia e da tecnologia em geral, o Ministério da Educação e Cultura, através do Ministro de Estado da Educação e Cultura o sr. Julio Furquim de Sambaquy, criou em Portaria interna nº25 de 22 de janeiro de 1963, o PROGRAMA DE EXPANSÃO DO ENSINO TECNOLÓGICO (PROTEC). E, em 18 de dezembro de 1963, no Decreto nº53325, o Presidente de República o Sr, João Goulart instituiu no Ministério da Educação e Cultura o PROTEC.
O PROTEC tinha por objetivos e finalidades: -graduar o maior número de especialistas e técnicos auxiliares nos diferentes ramos da engenharia e da tecnologia; -aumentar o número de vagas nos cursos de engenharia; -o melhor aproveitamento da juventude brasileira na admissão a esses cursos; -diversificar os cursos no ciclo profissional, ligados diretamente ao desenvolvimento industrial.
Para a consecução dos seus objetivos o PROTEC promoveria a criação de Centros onde se ministraria o ensino correspondente ao ciclo básico dos cursos de engenharia. Esses Centros de formação básica seriam criados mediante convênios com universidades ou Escolas de Engenharia, nas regiões onde a demanda justificasse o aumento substancial de matrículas.
O processo de admissão deveria assegurar o aproveitamento máximo dos candidatos e os alunos aprovados seriam encaminhados a um plano se estudo que visasse suplementar seus conhecimentos na área em que não tivessem revelado preparo satisfatório.
Aos alunos que concluíssem com aproveitamento o curso básico, seria assegurado o acesso ao ciclo profissional das Escolas de Engenharia ou nos cursos especializados de formação de cientistas e pesquisadores; os que não concluíssem, teriam a oportunidade de prosseguir seus estudos nas Universidades, nas Escolas Técnicas ou nos próprios Centros de forma que tivessem em outros cursos, de acordo com os conhecimentos adquiridos.
As Universidades e Escolas que firmassem convênios com o PROTEC recebiam auxílio para a execução do programa previsto no Decreto nº53325.
Considerando as dificuldades observadas nas Escolas de Engenharia de imediata ampliação de suas vagas e observando o interesse do Governo em garantir matrícula a todos os estudantes aprovados nos concursos de habilitação e não matriculados por falta de vagas o sr. Julio Furquim de Sambaquy, Ministro de Estado da Educação e Cultura, através de Portaria interna nº53 de 12 de fevereiro de 1964, o PROTEC criou o CENTRO DE FORMÇÃO BÁSICA TECNOLÓGICA: GUANABARA (CFBT - GB), com sede no Estado da Guanabara, com as finalidades de: -ministrar o ciclo básico dos cursos de engenharia de acordo com currículo mínimo aprovado pelo Conselho Federal de Educação, para alunos que fossem aprovados em concursos de habilitação; -orientar os alunos matriculados para as profissões que mais de ajustassem às suas tendências.
Ao terminar o curso os alunos recebiam o certificado de conclusão expedido pelo PROTEC, podendo os alunos matricularem-se no ciclo de formação profissional de qualquer escola de engenharia oficial ou reconhecida, devendo, de preferência, ser esta matrícula efetivada na escola onde o aluno prestou concurso de habilitação. E, o PROTEC, asseguraria recursos, por convênios especiais às escolas que matriculassem nos seus cursos de formação profissional os alunos que tivessem concluído a preparação básica de engenharia nos cursos de formação básica. Até a aprovação de seu regimento, ele seguiria o regimento da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil.
O PROTEC em seu curto período de vida, de 22.01.1963 a 26.05.1964, chegou a firmar convênio com dez Universidades do Brasil. São elas: Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil; Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Escola Politécnica da Universidade do Espírito Santo; Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica; Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil; Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil; Escola de Engenharia da Universidade de Minas Gerais; Escola de Engenharia da Universidade de Recife; Escola de Engenharia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Escola de Geologia da Universidade do Rio Grande do Sul.
No Decreto nº53932 de 26 de maio de 1964, o Presidente da República o sr. Humberto Castelo Branco, reuniu em um só órgão a Campanha do Plano Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a Comissão do Plano dos Institutos (COSUPI) e o Programa de Expansão do Ensino Tecnológico (PROTEC), na COORDENAÇÃO DO APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES), subordinada diretamente ao Ministério da Educação e Cultura que regulamentaria as atividades e aprovaria o regimento interno.
A CAPES tinha como objetivos principais: -o aperfeiçoamento de pessoal de nível superior, em função das prioridades ditadas pelas necessidades do desenvolvimento econômico e social do país; -colaboração com Universidades e Escolas Superiores do país com o intuito de melhorar os padrões de Treinamento Avançado; -coordenar respeitando a autonomia das Universidades, os planos nacionais de expansão de matrículas nas áreas em que haja maior demanda.
Com isso, percebemos que alguns dos objetivos do então PROTEC, passaram a ser objetivos da CAPES, demonstrando assim a preocupação do governo em assegurar vagas para as áreas que tivessem maior procura e um bom nível de estudo para formar profissionais aptos a exercer suas funções para o bom desenvolvimento do país.
Com base nestes estudos, chegamos a conclusão que a documentação que temos do PROTEC é praticamente completa e é parte do Arquivo Ministério da Educação e Cultura, ou seja, os documentos do PROTEC constituem um fundo público fechado, no momento custodiado pela BADHC.

Michel Maurice Debrun

  • MMB
  • Persona
  • 1921 -1997
Michel Debrun nasceu na França. Cursou a "École Normale Supérieure" de Paris, na área de Filosofia, licenciando-se em Filosofia pela Sorbonne, em 1944. Formou-se pela "École Libre de Sciences Politiques" (hoje "Institut d’Études Politiques" de Paris), nas áreas de finanças públicas e ciência política. Tornou-se professor concursado (Agrégé) de Filosofia, pela Universidade de Paris, em 1946. Em 1982 obteve o título de livre-docente em Filosofia Política, na UNICAMP, apresentando o trabalho sobre o tema "A partir de Gramsci: Filosofia, Política e Bom Senso". Lecionou de 1946 a 1956 na Universidade de Toulouse, como professor de Filosofia Social e Política da "Faculté des Lettres et Sciences Humaines" e como professor de Filosofia do curso de seleção de graduados para ingresso na "École Normale Supérieure", de Paris. Radicado no Brasil desde 1956, ministrou cursos de Política no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), durante o ano de 1958 e foi convidado como professor visitante de Sociologia e Ciência Política, em missão do Governo Francês, na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (EBAP/FGV), até 1960. Trouxe para essa Escola a cultura sólida e bem estruturada, que é tradicional entre os mestres franceses, e nela, em contato diário com professores e alunos, assimilou a alma brasileira e a nossa língua. No último ano de sua permanência na EBAP/FGV e, por solicitação dessa instituição, escreveu o livro O Fato Político, onde "pretende facilitar uma tomada de consciência da dimensão política e das relações entre a vida política e a vida social total". De 1960 a 1965, lecionou como professor visitante de Ciência Política e Ética no Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. O professor Debrun foi destacado pela UNESCO entre: 1966 e 1968 para, em missão junto ao Ministério da Educação do Brasil, assessorar e elaborar projetos de reestruturação administrativa das Secretarias Estaduais de Educação e Cultura; 1968 e 1970, junto ao Governo do Irã, para a elaboração de projetos de formação e reciclagem de planejadores e administradores educacionais, e para a montagem dos órgãos de planejamento educacional daquele país; 1966 e 1970, para participar de vários seminários e conferências sobre planejamento educacional, realizados pelo Instituto Internacional de Planificação da Educação, ligado à UNESCO, em particular: a "Conférence Internationale sur la Planification de l’Éducation", UNESCO, Paris, 1968. A partir de 1970, passou a lecionar no Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UNICAMP. Assumiu em 1972 o cargo de Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Coordenador de Ensino Superior do Curso de Bacharelado de Ciências Sociais, dos quais foi exonerado, a seu pedido, em 1973, para se dedicar prioritariamente à docência e pesquisa. Em 1974 assumiu a coordenação da Pós-Graduação em Ciência Política do IFCH. Entre os anos de 1974 e 1976 atuou como membro da Comissão de Pós-Graduação do IFCH. A partir de 1976 integrou a Comissão de Pós-Graduação em Filosofia e tornou-se professor Titular de Filosofia. Participou de várias bancas examinadoras de teses e concursos na USP, UNICAMP e outras universidades brasileiras. Em 1971 foi nomeado Conselheiro de Cooperação Cultural, Científica e Técnica, junto à Embaixada da França em Montevidéo, cargo ao qual renunciou para atender suas atividades docentes na UNICAMP. Michel Debrun é membro fundador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência (CLE), órgão da UNICAMP fundado oficialmente em 1977. Neste mesmo ano coordenou no CLE o Seminário de Epistemologia das Ciências Humanas. Além disso realizou pesquisar no CLE sobre os conceitos de "ocultação ideológica" e "dissociação ideológica"Desde 1986, o professor Michel Debrun passou a coordenar um grupo de pesquisadores da UNICAMP e de outras instituições, os quais estudavam problemas relacionados com as noções de "ordem", "desordem", "crise", "caos", "informações", "autopoiese", "auto-referência" etc. A partir de 1992, o debate dos seminários centralizou-se em torno da auto-organização e informação e das suas inter-relações. Em 1987 coordenou o colóquio "CLE 10 anos – Ordem e Desordem", e em julho do mesmo ano o simpósio: "Modelos de Ordem e Desordem: possibilidades e limitações da sua transposição de uma área de conhecimento para outra", organizado pelo CLE e apresentado na 39a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Brasília. Em 1990 o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas outorga-lhe o título de Professor Emérito da Unicamp.

Mário Schenberg

  • MS
  • Persona
  • 1914-2006
Mário Schenberg nasceu a 02 de julho de 1914, em Recife. Formou-se engenheiro eletricista em 1935 pela Escola Politécnica de São Paulo. Passou ainda pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo, recebendo em 1936 o título de bacharel em matemática, sendo que esta foi a primeira turma da faculdade. Trabalhou na USP desde 1936, ocupando os cargos de preparador na cadeira de Física geral e Experimental na Escola Politécnica e assistente de Física teórica na FFCL, ocupando em 1944 a cadeira de Mecânica Celeste e Superior do Departamento de Física dessa faculdade através de concurso público. Em 1939, Mário Schenberg trabalhou no Instituto de Física da Universidade de Roma, transferindo-se mais tarde para Zurique e depois em Paris. Voltou ao Brasil em 1940, porém por um curto período, tendo ido a Washington com bolsa da Fundação Guggenhein, onde trabalhou com o Professor G. Gamow, na área de Astrofísica. Foi membro do Institute for Advanced Studies de Princeton e trabalhou no Observatório Astronômico de Yerkes com o Professor Chandraseck. Ficou no Brasil de 1944 a 1948, quando voltou para a Europa, em Bruxelas, desenvolvendo pesquisas com raios cósmicos e mecânica estatística. Tornou-se diretor do departamento de Física da USP em 1953, criando o Laboratório de Estado Sólido e sendo o pioneiro na criação dos cursos de computação dessa universidade. Sua produção intelectual e técnico-científica é volumosa, abrangendo áreas como física teórica, física experimental, astrofísica, mecânica estatística, mecânica quântica, relatividade, fundamentos de física e diversos trabalhos em matemática. Iniciou em São Paulo, a campanha “O Petróleo é Nosso”. Assim mesmo, nas palavras de Amélia Império Hamburger, “Suas pesquisas como físico dão contribuições cuja originalidade e importância são reconhecidas internacionalmente. Abordando vasta gama de temas onde estão imbricadas as matemáticas, a física e seus próprios fundamentos, o alcance e significado de sua obra aguardam por uma avaliação mais profunda e global e muitas de suas ideias ainda não exauriram toda a potencialidade de sugestões para captar a realidade”.(SCHENBERG, Mário. Pensando a Física, coordenação geral: Amélia Império Hamburger e José Luís Goldfarb, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1984).

Mario Tourasse Teixeira

  • MTT
  • Persona
  • 1925-1993
Mario Tourasse Teixeira nasceu em Recife, Pernambuco, a 11 de setembro de 1925. Licenciou-se em Matemática pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, em 1954, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especializou-se em Fundamentos da Matemática e Lógica Simbólica, sob a orientação de Edson Farah, na Universidade de São Paulo (USP), com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e incentivo do professor Leopoldo Nachbin. Durante os anos de 1955 e 1956 foi professor auxiliar de Ensino, sem proventos, da Cadeira de Análise Matemática e Análise Superior, da Seção de Álgebra Moderna da Universidade do Brasil. Ainda em 1956, foi professor assistente da cadeira de Análise Matemática da Faculdade Fluminense de Filosofia. De 1957 a 1958, Mario Tourasse obteve bolsa do CNPq e realizou estágio de aperfeiçoamento em Lógica Matemática e Teoria dos Conjuntos, no Departamento de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, sob orientação de Edson Farah. Nessa época constitui-se um grupo pioneiro de estudiosos da Lógica no qual participavam Benedito Castrucci, Newton Affonso Carneiro da Costa, Leônidas Hegenberg e Mario Tourasse Teixeira sob a coordenação do professor Edson Faranh. Tourasse foi contratado em 1959 para ocupar a Cadeira de Geometria Analítica, Projetiva e Descritiva, convidado pelo professor Nelson Onuchic. A partir de 1964 assumiu a cadeira de Álgebra Moderna do curso de Matemática. Ele e Nelson Onuchic foram responsáveis pela criação do curso e o do Departamento de Matemática nessa Instituição. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o CNPq apoiaram financeiramente Mario Tourasse para especializar-se em Álgebra da Lógica e Funções Recursivas, de agosto de 1960 a fevereiro de 1961, sob a orientação de Antônio Monteiro e de Jean Porte, na Universidad Nacional del Sur (Bahía Blanca) e no Centro Atômico de Bariloche, Argentina. Em 22 de dezembro de 1965, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em São Paulo, sob a orientação de Antônio Monteiro defendeu a tese M-Álgebras e obteve o seu doutorado. Em janeiro de 1967 através da lei Estadual 9.715, a FFCL de Rio Claro é incorporada a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em outubro o professor Tourasse foi indicado para ser coordenador associado do Instituto de Matemática. Em janeiro de 1976, foi criada a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP (Lei Estadual 952), que incorporou a FFCL/Rio Claro. Mario Tourasse tornou-se Professor Titular na FFCL/Rio Claro, em 1971. De julho de 1988 a abril de 1989, Tourasse foi vice-coordenador da Pós-graduação em Educação Matemática e aposentou-se em maio de 1991, pela UNESP de Rio Claro. Em 1974, por iniciativa sua, foi criado o Serviço Ativador em Pedagogia e Orientação (SAPO), no Departamento de Matemática da FFCL/Rio Claro, que refletia seu pensamento, e de outros professores, acerca dos métodos de ensino e aprendizagem. Os temas de estudo de Mario Tourasse Teixeira são: operador de conseqüência de Tarski; estruturas algébricas associadas ao cálculo proposicional; modelos sentenciais; lógica proposicional, baseada em uma noção geral de complemento; endomorfismos duais em reticulados distributivos (estes são resultado do período em que o professor Tourasse esteve sob a orientação do professor Antonio Monteiro, em Bahía Blanca); funções recursivas; fundamentos da geometria e topologia algébrica (sob orientação do professor Gilberto Loibel, da Escola de Engenharia de São Carlos); estruturas matemáticas relacionadas com a lógica (trabalho publicado no Boletim da Sociedade de Matemática de São Paulo e apresentado e no II Colóquio Brasileiro de Matemática); estudo sobre os fundamentos da Geometria, baseando a Geometria Projetiva num operador de complemento (estudo apresentado na Universidade do Paraná); métodos de decisão em Lógica e Matemática; sistemas formais para a Matemática; universos ordenados e teoria dos conjuntos (em colaboração com Euclides Alves de Oliveira); operadores de fecho generalizados (em colaboração com Itala M. L. D’Ottaviano); fundamentos da Matemática (estudo realizado em colaboração com o Departamento de Ciências Sociais/ UNESP/Rio Claro). Ele foi homenageado na II Reunião Regional da Sociedade Brasileira de Matemática e Encontro de Lógica, realizado em Rio Claro, em 1991, no Seminário de Análise (Rio Claro, 1993), nas “Jornadas Unespianas de História da Matemática”, no “XI Encontro Brasileiro de Lógica” realizado em Salvador-BA, em 2003, quando se completou dez anos de seu falecimento. Mario Tourasse Teixeira é considerado um dos lógicos mais importantes da sua época e “um educador de corpo inteiro”, segundo palavras de Irineu Bicudo. O professor Tourasse faleceu devido a um infarto, no dia 12 de junho de 1993, em Rio Claro, São Paulo.

Newton Bernardes

  • NB
  • Persona
  • 1931 -1997
Newton Bernardes nasceu em São Paulo. Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, bacharelou e licenciou-se em física nos anos de 1949-1952. Entre 1952 e 1955 fez vários cursos de especialização na USP sobre: Física Aplicada, Mecânica Quântica, Termodinâmica e Estudos sobre a Teoria do Estado Sólido, este sob a orientação do Professor David Bohm. Em 1955 foi para os Estados Unidos, ali permanecendo durante os anos de 1955 a 1957, onde fez o Curso de Especialização em Física no United States Office of Education do Department of Health, Education and Welfare, em Washington, USA. Ainda nos Estados Unidos na University of Illinois obteve o Master of Science, em 1955-1957 e o título de Doutor em 1959, pela Washington University, Saint Louis. Newton Bernardes foi professor de física do Colégio Estadual de Sorocaba e do Colégio Pan-Americano de São Paulo, foi também instrutor e professor no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Professor Newton Bernardes chefiou o Grupo de Física dos Sólidos no Institute for Atomic Research of United States Atomic Energy Comission, de 1960 a 1962, trabalhando com os privilégios e exigências do Security Clearance do Governo Americano. Quando retornou ao Brasil, foi convidado pelo professor Mário Schenberg, professor e físico da USP, para continuar a implantação e desenvolvimento do Departamento de Física do Estado Sólido desta Universidade. Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em 1962 foi contratado como professor pelo Departamento de Física, de 1963-1967 foi professor catedrático interino de Mecânica Quântica e Mecânica Estatística e a partir de 1969 tornou-se professor catedrático por concurso na Cadeira de Física da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da USP. Durante sua permanência na USP foi ainda professor titular do Instituto de Química e Diretor do Instituto de Física e em 1993 aposentou-se nessa Universidade. A convitedo professor José Ellis RipperFilho foi contratado em 1976 para exercer a função de professor colaborador junto ao Instituto de Física GlebWataghin. Nesse Instituto foi eleito pelos seus pares e exerceu a função de chefe de Departamento de Eletrônica Quântica. Permaneceu na Unicamp como professor até 1982. Período esse que se afastou das suas funções na USP. O nome do professor Newton Bernardes aparece numa relação dos físicos brasileiros mais citados no exterior, publicada pela Folha de S. Paulo em 11 de setembro de 1999. Ele também foi classificado no dicionário American Men of Science, USA, Tenth Edition, A-E, 1960, p.294 e no Directory of Academic Phisicists, p.17, American Institute of Physics, USA, 1959-1960. Em agosto de 1993, foi admitido como Professor Colaborador da Universidade Estadual de Campinas, atuando no Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, onde desenvolveu pesquisas sobre fundamentos da Física, da Ciência e do saber racional.

Newton Freire-Maia

  • NFM
  • Persona
  • 1918-2003
Newton Freire-Maia foi geneticista, pesquisador e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nasceu na cidade de Boa Esperança (MG), em 29 de Junho de 1918, filho de Belini Augusto Maia e de Maria Castorina Freire Maia. Em 1945, graduou-se em Odontologia pela Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas (EFOA). Em 1947, graduou-se pela segunda vez, em Biologia na Universidade de São Paulo (USP), onde trabalhou com André Dreyfus, Crodowaldo Pavan, Rosina de Barros e Antonio Brito da Cunha. Casou-se com Flávia Leite Neves, em 1948. Entre 1946 e 1951 lecionou na USP, onde dedicou-se principalmente ao estudo da genética em moscas Drosophila melanogaster. A partir de 1951, a convite de Homero Braga, passou a atuar na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde foi professor titular até 1979. No mesmo ano do ingresso, criou o Laboratório de Genética, embrião do Departamento de Genética, instituído em 1971. Entre 1956 e 1957 fez aperfeiçoamento no Departamento de Genética Humana da Escola de Medicina da Universidade de Michigan (Ann Arbor, Estados Unidos), com bolsa da Fundação Rockefeller. Este estágio marcou a mudança dos objetos de estudo de Freire-Maia e sua equipe, deixando de lado as Drosophilas e dedicando-se a partir de então à Genética Humana. O então Laboratório de Genética da UFPR transformou-se em Laboratório de Genética Humana (LGH), em 1958, e a equipe do Professor Newton, pioneira na área de Genética Humana e Médica no Brasil, passou a pesquisar sobre: os efeitos genéticos de casamentos consanguíneos na morbidade e/ou mortalidade precoces; os efeitos genéticos das radiações ionizantes; malformações dos membros e displasias ectodérmicas. Nesta época, Newton Freire-Maia foi pioneiro também na implantação do “Serviço de Informação sobre Hereditariedade Humana” na UFPR, que oferecia aconselhamento genético de forma gratuita à população. Em 1960 concluiu o doutorado em Biofísica pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), com a tese “Alguns aspectos do problema dos casamentos consanguíneos no Brasil”, sob a orientação do professor Antônio Geraldo Lagden Cavalcanti. Em 1970 foi para Genebra (Suíça), onde trabalhou durante um ano como cientista da Unidade de Genética Humana da Organização Mundial de Saúde (OMS). Casou-se pela segunda vez em 1974 com a professora e cientista Eleidi Alice Chautard com quem viveu até a sua morte. Newton Freire-Maia foi sócio fundador da Sociedade Brasileira de Genética (SBG), em 1955, sendo seu presidente na gestão 1960-1962. Foi representante do Brasil na OSM e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Foi do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sendo, em 1975, eleito vice-presidente, tendo também recebido o título de presidente de honra desta sociedade. Depois da aposentadoria, Newton continuou suas atividades científicas, tanto no Brasil como no exterior. Em 1982, fundou com a Dra. Marta Pinheiro Centro de Estudos de Displasias Ectodérmicas (CEDE) do Departamento de Genética da UFPR, tendo descrito 23 displasias ectodérmicas novas, publicando inúmeros artigos científicos e quatro livros, o que levou o centro a tornar-se referência internacional sobre o assunto. Escreveu, ao longo de sua vida, cerca de 500 trabalhos científicos, entre artigos, livros, capítulos e resumos. Após sua conversão ao catolicismo, no início da década de 1980, dedicou-se também ao estudo das relações entre ciência e religião. Sua dedicação à Ciência lhe valeu inúmeros prêmios, títulos e homenagens, tanto nacionais quanto internacionais. Em 2002 foi admitido como Comendador na Ordem Nacional do Mérito Científico. No mesmo ano, o governador do Paraná criou um parque temático dedicado a ele, o Parque da Ciência Newton Freire Maia em Curitiba. Teve papel importante na formação de Henrique Krieger (USP), Ademar Freire Maia (UNESP), Bento Arce-Gomez, Lodércio Culpi Eleidi Chautard Freire Maia e Marta Pinheiro (UFPR), expoentes da Área de Genética Humana e Médica no Brasil. Teve quatro filhos, todos do primeiro casamento: Regina Flávia Naves Freire Maia, Fátima Naves Freire Maia, Newton Freire Maia Filho e Marco Domiciano Naves Freire Maia. O Professor Doutor Newton Freire-Maia faleceu no dia 10 de maio de 2003, em Curitiba, aos 84 anos de idade.

Alfred Tarski

  • SPCLEARQ AT
  • Persona
  • 1975
O professor Alfred Tarski visitou a Unicamp em março de 1975. Aproveitando esta visita, a professora Ayda Ignez Arruda, organizou, no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação (IMECC) da Unicamp, nos dias 3 a 5 de março, o simpósio de Lógica Matemática.
As conferências proferidas por Tarski foram gravadas em vídeo. Esses vídeos estão disponíveis à consulta, mediante prévio agendamento, nos Arquivos Históricos do CLE.

Newton Carneiro Affonso da Costa

  • SPCLEARQ NCAC
  • Persona
  • 1929-
Newton Carneiro Affonso da Costa nasceu no Paraná, em 16 de setembro de 1929. Aos quinze anos se interessou por questões de Lógica e pelos Fundamentos da Matemática. Com o apoio de um de seus tios, Milton Carneiro, então professor de História da Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná, iniciou-se em filosofia por meio de diálogos de Platão e de vários textos de Aristóteles, ambos em traduções francesas. Encantado com a filosofia debruçou-se sobre as obras de autores como Descartes, Poincaré, Lalande e outros. Mas foi Bertrand Russell que exerceu forte impacto sobre o jovem Newton. Newton da Costa obteve três graduações pela Universidade Federal do Paraná: em 1952, Engenharia Civil pela Escola de Engenharia, no ano de 1955 o Bacharelado em Matemática e em 1956 a Licenciatura em Matemática ambos pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Ainda na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná, no ano de 1961, Newton da Costa recebe o título de Doutor em Matemática e se torna Livre Docente de Análise Matemática e Análise Superior. Em 1964, torna-se Professor Catedrático na mesma área de sua livre-docência. O Professor Newton da Costa lecionou 14 anos na Universidade Federal do Paraná. Newton da Costa foi: Professor Titular do Instituto de Matemática, Estatística e Ciências da Computação da Unicamp de 1968-1969; Professor Titular do Instituto de Matemática e Estatística da USP de 1970-1981; Professor Titular do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP de 1982-1999; Pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP desde 1985. Newton da Costa atualmente leciona na Universidade Federal de Santa Catarina. Foi um dos criadores das Lógicas Paraconsistentes, laureando-o com diversos títulos nacionais e internacionais, dentre eles citamos: Membro Honorário do Instituto de Filosofia do Peru, em 1975; Membro Honorário do Instituto de Investigações Filosóficas da Universidade de Lima, em 1980Membro Correspondente da Academia de Ciência do Chile, em 1982; Membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Brasil em 1978; Membro do Centro de Lógica Epistemologia e História da Ciência da Universidade Estadual de Campinas, em 1979; Membro Titular do Instutut International de Philosophie, de Paris, em 1989. O Professor da Costa se tornou o primeiro brasileiro a pertencer a essa Instituição.
A magnitude e a repercussão dos trabalhos de da Costa tornou-o um dos cientistas brasileiros mais citados e homenageados em nível internacional. Sendo citado por exemplo em: World Congress on Paraconsistency, Ghent, Bélgica, 1997; Stanislaw Jaskowski Memorial Symposium, Torun, Polônia, 1998; II World Congress on Paraconsistency, Juquehy, Brasil, 2000, dedicado aos seus 70 anos; Workshop on "Inconsistency in Data and Knowledge", Seattle, EUA, 2001;I International Workshop on Computational Models of Scientific Reasoning and Applications, Las Vegas, EUA, 2001; 1st, 2nd, 3rd and 4th Flemish-Polish Workshops on the Ontological Foundations of Paraconsistency, Bélgica e Polônia,1st and 2nd International Workshops on Living With Inconsistency, EUA / Canadá, 1997 e 2001; Second International Workshop on Computational Models of Scientific Reasoning and Applications (II CMSRA) Las Vegas, Nevada, EUA, 24-27 de junho de 2002; Paraconsistent Computational Logic, PCL 2002, Copenhagen, Dinamarca, Julho de 2002; ESSLLI-2002 14th European Summer School in Logic, Language and Information Workshop on Paraconsistent, 5-16 de agosto, 2002, Trento, Itália. Durante sua carreira Da Costa tem recebido diversos prêmios, dentre eles: Prêmio Moinho Santista em Ciências Exatas, em 1994; Prêmio Jabuti em Ciências Exatas, em 1995;
Medalha da Ordem do Pinheiro do Governo do Estado do Paraná, por mérito científico, em 1996; Medalha do Mérito Científico "Nicolau Copérnico", outorgado pela Universidade de Torun, na Polônia em 1998; Medalha do Mérito Científico da Universidade Federal do Paraná e da Associação dos Ex-Alunos em 1998; Título de Cidadão Emérito do Paraná, conferido pela Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, também por mérito científico, em 1999.
Newton da Costa é membro do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, desde 1979.

Kant

  • SPCLEARQ NCAC

Carmen Carneiro

  • SPCLEARQ NCAC DP DCC
  • Persona
Carmen Carneiro é tia de Newton Carneiro Affonso da Costa. Trata-se de 82 cartas e 2 cartões de natal trocados entre ela e o sobrinho os anos de 1965 a 2002. Foram quase quatro décadas de intenso contato, sempre marcado por carinho e atenção especiais. As histórias retratadas pelas cartas trocadas entre a tia e o sobrinho nos envolvem em um ambiente familiar e no cotidiano da trajetória intelectual de um dos maiores lógico-filosofo da história contemporânea. Em várias de suas missivas encontramos menções a pensadores, filósofos, poetas clássicos e contemporâneos tais como: Shakespeare, Castro Alves, Casimiro de Abreu, entre outros. No decorrer dos anos de correspondência contínua pode-se também, recordar através dos comentários da tia Carmen, fatos históricos marcantes como a Ditadura Militar, a Copa Mundial de Futebol de 1982, na Espanha, a inflação brasileira durante o governo Sarney, o Plano Cruzado, enfim, muitos acontecimentos são comentados a partir da visão da escritora paranaense. Essa correspondência relata as dificuldades enfrentadas por Newton no percurso de sua trajetória acadêmica e intelectual, as constantes contestações acerca de seu trabalho, as diversas viagens às Universidades do Brasil, das Américas, Europa e Australasia, nas quais muitas vezes enfrentava uma carga horária intensa de seminários e palestras em sua luta para defender as teorias nas quais acreditava resolutamente. Muitos dos esboços dos poemas publicados por Carmen Carneiro estão registrados nas cartas enviadas para Newton da Costa, nas quais ela pedia sua apreciação ou sugestões. Compõem esse Dossiê seus livros de poesia: Poemas Escolhidos, Luz e Sombras e Plenitude. Há também o livro de Herbert Munhoz Van Erven: A poesia essencialista de Carmen Carneiro e, por fim, um cartão trocado entre os primos Carmen e ? [Marina].

Walter Hugo de Andrade Cunha

  • WHAC
  • Persona
  • 1929 -
Walter Hugo de Andrade Cunha nasceu em Minas Gerais. Ele é o criador do primeiro núcleo universitário de ensino na área Psicologia Animal e Etologia no Brasil. Também foi fundador do Laboratório de Psicologia Comparada do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. É professor aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, tem pós-graduação em Psicologia Experimental pela Universidade do Kansas (EUA) e doutorou-se em Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, com a tese Explorações no mundo psicológico das formigas (1980), sob a orientação da professora doutora Annita de Castilho e Marcondes Cabral. Essa foi à primeira tese sobre Psicologia Animal defendida no Brasil. Seu trabalho pioneiro abriu novos campos de atuação para a Psicologia, mas o mais importante, é que ele estruturou e ofereceu melhores condições para o desenvolvimento científico da Psicologia, da Etologia e da Psicobiologia no Brasil.

Oswaldo Chateaubriand

  • Persona
Doutor em Filosofia pela Universidade da California em Berkeley (1971). Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde leciona desde 1978. Foi professor no Departamento de Filosofia da Universidade de Washington em Seattle (1967-72), no Departamento de Filosofia da Universidade Cornell (1972-77) e no Programa de Pós-graduação de Psicologia da Fundação Getúlio Vargas (1977-91). Foi professor visitante no Departamento de Matemática da Universidade de São Paulo (1962) e no Departamento de Filosofia da Universidade Harvard (1972). É membro fundador da Sociedade Brasileira de Lógica, da qual foi presidente por dois mandatos. É membro externo do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Universidade Estadual de Campinas. É membro titular do Institut International de Philosophie com sede em Paris. Suas principais áreas de atuação são Filosofia da Lógica, Filosofia da Matemática e Filosofia da Linguagem, com interesse em vários temas (ontologia, natureza da lógica, teoria das descrições, teoria da verdade, entre eles) e autores (Frege, Russell, Tarski, Quine, Goodman, entre outros). Suas publicações principais são os livros "Logical Forms: Part I - Truth and Description" (2001) e "Logical Forms: Part II - Logic, Language, and Knowledge" (2005)
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